Sérvia busca mais aviões de guerra em meio às tensões nos Balcãs

Por Dusan Stojanovic

BELGRADO, Sérvia (AP) – A Sérvia fortalecerá suas forças armadas e está tentando comprar mais aviões de guerra em meio às tensões nos Bálcãs, disse o presidente sérvio no domingo. O presidente Aleksandar Vucic disse que “certas iniciativas” foram tomadas para comprar uma frota de bombardeiros, acusando os EUA e outros países ocidentais de armar os vizinhos da Sérvia da OTAN e sua antiga província separatista do Kosovo. “Os americanos, turcos e alemães estão cuidando de seu filho amado”, disse Vucic, referindo-se ao Kosovo. Ele disse que os EUA entregaram recentemente vários veículos blindados às forças de segurança do Kosovo.

Durante uma visita a uma brigada de tanques do exército sérvio, Vucic disse que seu país não pode competir com “doações da OTAN” a seus vizinhos quando se trata de armas, “portanto, devemos fazê-lo sozinhos”. Vucic não especificou que tipo de aviões a Sérvia planeja comprar, mas a mídia pró-governo disse que seu governo pediu oficialmente aos EUA a entrega de 20 caças-bombardeiros. Os relatórios dizem que Washington ainda não respondeu ao pedido de Belgrado e que, em caso de recusa, é provável que compre aviões de ataque Sukhoi-25 fabricados na Rússia.

Bombardeiros Su-25 Foto Dmitry Vinogradov

A Sérvia, que reivindica neutralidade militar, recebeu recentemente um sofisticado sistema antiaéreo da Rússia, que também forneceu jatos de combate, helicópteros de ataque e veículos blindados. Outro aliado sérvio, a China, entregou drones militares. No passado, as autoridades americanas falaram abertamente sobre a introdução de sanções contra a Sérvia se Moscou enviar mais armas ao país, especialmente aquelas que poderiam comprometer a segurança dos países membros da OTAN vizinhos.

O armamento russo e chinês da Sérvia está sendo observado com inquietação no Ocidente e entre os vizinhos da Sérvia. As tensões estão crescendo nos Bálcãs, que passaram por uma guerra civil devastadora nos anos 90. A OTAN interveio na Sérvia para impedir uma sangrenta repressão sérvia contra os separatistas albaneses do Kosovo em 1999.

Apesar de formalmente procurar se juntar à União Europeia, a liderança populista da Sérvia fortaleceu ainda mais os estreitos laços políticos e militares com o Kremlin e Pequim. A Sérvia, assim como a Rússia e a China, não aceitam a independência do Kosovo, que é reconhecida pelos EUA e pela maior parte do Ocidente.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN

Sair da versão mobile