Por Christopher Jasper e Hanna Hoikkala
A Saab tem como alvo uma enxurrada de acordos de exportação para a versão mais recente de seu avião de combate Gripen, após o primeiro voo do modelo destinado ao Brasil como parte de um contrato histórico entre a empresa e a Força Aérea Brasileira.
A Saab está colocando o Gripen contra uma linha formidável de caças rivais da Boeing Co., Lockheed Martin Corp., Eurofighter e da francesa Dassault Aviation, mas vê um forte potencial de vendas em um lote de propostas atuais, disse o chefe da aeronáutica Jonas Hjelm em uma entrevista.
Entre as perspectivas de pedidos mais importantes estão um requisito para 60 da Suécia, Finlândia, uma licitação canadense para 88 jatos em que Eurofighter e Dassault já desistiram, o campo reaberto da Croácia para substituir o Mikoyan MiG-21 e um concorrência na Colômbia, onde Hjelm disse o acordo no Brasil pode fornecer um modelo para uma oferta vencedora. Ele reiterou uma meta de 400 a 500 pedidos do Gripen em 15 anos, ou mais de 10% do mercado de caças disponíveis.
“Vencer no Brasil foi fantásatico”, disse o executivo por telefone. “Isso realmente nos coloca no mapa do mundo. O TX também é fantástico. A Força Aérea Brasileira e a Força Aérea Americana não escolhem um produto que não seja um bom produto. É um reconhecimento, e acho que vamos nos beneficiar no geral.”
O requisito finlandês de 11 bilhões de euros ( US $ 12,2 bilhões ) está no “topo da lista” entre os destacados concursos de caça, disse Hjelm, com o novo Gripen E a ser demonstrado em testes de vôo no início do próximo ano e um concorrente preferido selecionado por início de 2021.
Oferta na Colômbia
Os fabricantes devem apresentar propostas para a concorrência canadense, agora uma corrida de três candidatos com a Boeing e a Lockheed Martin, no primeiro trimestre de 2020, enquanto o requisito da Croácia está em seus estágios iniciais depois de ser revivido quando o estado dos Balcãs não conseguiu obter os Lockheed Martin F-16 usados de Israel.
Hjelm disse que a Saab está otimista com o requisito colombiano, com a força aérea examinando propostas e provavelmente responderá ainda este ano ou no início do próximo. A indústria aeroespacial do país sul-americano é avançada o suficiente para que a Saab possa oferecer compartilhamento de trabalho e transferência de tecnologia para ajudar a ganhar o pedido, disse ele, paralelamente as tentativas que ajudaram a garantir o acordo brasileiro de 36 jatos.
O quarto Gripen E construído e o primeiro avião de produção foram ao ar em 26 de agosto e foram apresentados ao Brasil em uma cerimônia na Suécia, com a presença do ministro da Defesa do país, Fernando Azevedo e Silva, e do chefe da força aérea, tenente-brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, bem como o presidente executivo da Saab, Hakan Buskhe.
O caça permanecerá na Suécia para continuar os testes de vôo, com o marco da primeira entrega efetivamente alcançado, a Saab também procurará explorar as perspectivas de um acordo subsequente.
Impulso de lucro
Outros possíveis compradores do Gripen incluem a Áustria, Filipinas e a Índia, onde uma grande concorrência para mais de 100 aviões é iminente depois que a Dassault-Rafale venceu um pedido inicial truncado, disse Hjelm. Ele disse que não há notícias sobre a venda subsequente da variante E para a Suécia, que tem 60 aviões encomendados.
O executivo disse que entende os comentários do novo CEO, Micael Johansson, enfatizando que é hora da Saab começar a aumentar os ganhos e o fluxo de caixa, realizando seu pesado investimento anterior em desenvolvimento.
“Não é hora de relaxar”, disse ele. “É hora de entregar. Especialmente do meu lado. Eu tenho uma grande parte do atraso”.
FONTE: Bloomberg
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN