Órgãos e instituições envolvidos na segurança e saúde durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 se reuniram entre os dias 25 e 27 de abril, na Base Aérea dos Afonsos (BAAF), no Rio de Janeiro (RJ), para a Reunião da estrutura de atendimento à ameaças ou incidentes de natureza que requeiram algum tipo de Defesa Química, Biológica, Radiológica ou Nuclear (DQBRN).
Exército, Marinha, Aeronáutica, ministérios da Saúde e da Defesa e Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro trataram de temas como plano de contingência para evacuação de feridos, barreira de isolamento para imprensa e civis, envio de notas oficiais à imprensa, locais onde receberão os acidentados e infectados, definição dos responsáveis pela conferência e controle de materiais para as aeronaves, viaturas e Equipamento de Proteção Individual (EPI`s).
As orientações tiveram como finalidade capacitar os envolvidos nas missões de evacuação aeromédica durante os eventos, observando os princípios de segurança de voo e detectando as possíveis alterações fisiológicas a que os pacientes estarão expostos nesse tipo de cenário.
As vítimas serão encaminhadas para as barracas do Batalhão do Exército, que serão montadas próximas aos locais dos jogos. As vítimas são submetidas a uma triagem por meio de um detector químico que identificará se há ou não contaminação. Após a triagem, a vítima recebe aplicação de descontaminante e é transportada pelo Corpo de Bombeiros até a aeronave.
“O indivíduo, sendo detectado com algum tipo de contaminação química, por exemplo, será encaminhado até uma cápsula, o meio adequado para preservar a integridade de toda equipe envolvida no transporte, mesmo a equipe médica estando com as roupas e equipamentos adequados para essa situação”, explica o Major Waldir Eustáquio Gava, representante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) no treinamento. A cápsula é um dispositivo no qua a vítima pode ser transportada e medicada sem que haja contato com o exterior, mantendo assim todo cuidado para que não seja proliferada nenhuma contaminação.
Em casos de ataques biológicos, a unidade de saúde que atenderá será o Hospital Central do Exército. As vítimas de contaminação radiológica e/ou nucleares serão removidas para o Hospital Naval Marcílio Dias, todos localizados no Rio de Janeiro. As aeronaves ficarão em alerta nas Bases Aéreas do Galeão e de Santa Cruz. Caso necessário, transportarão as vítimas para outros Estados.
“Só encaminharemos para os próximos passos do atendimento a vítima que estiver totalmente descontaminada. Não podemos levá-la para dentro do hospital nessas condições, pois o risco de contaminarmos os demais pacientes e equipes de saúde que já estão sendo atendidos no hospital é grande”, explica o Major Médico Jayme Alberto Mendes, chefe de medicina nuclear do HFAG e membro da Comissão de DQBRN.
A etapa final do treinamento é a pós-evacuação, que consiste em aeronaves e tripulação envolvidas serem descontaminadas.
Fonte: Agência Foça Aérea, por Ten Raquel Alves