País referência na América Latina graças aos conhecimentos adquiridos em grandes eventos, como a Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016, o Brasil começou a sediar, nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, o Exercício de Assistência e Proteção para América Latina e Caribe (EXBRALC II 2017), que reúne representantes de agências de resposta a emergências químicas, de defesa civil ou de segurança de 18 países da América Latina e do Caribe.
O objetivo da atividade é unir os profissionais que lidam com esse tipo de ameaça em cada país, para consolidar conhecimentos voltados à assistência e à proteção da sociedade contra ameaças envolvendo produtos químicos.
Na abertura do encontro, foi oficializada a criação do Centro Regional de Assistência e Proteção de Armas Químicas (CAPAQ-BRASIL), com o objetivo de permitir que o Brasil, como estado-parte integrante da Convenção para a Proibição de Armas Químicas (CPAQ), crie mecanismos para a formação e qualificação de pessoal em cooperação com outros países da América Latina e do Caribe.
Tal medida atende à solicitação da Organização para Proibição de Armas Químicas (OPAQ), em um trabalho feito em coordenação com a Autoridade Nacional, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O chefe de Operações Conjuntas do Estado Maior- Conjunto das Forças Armadas, general César Augusto Nardi, explicou que o centro reunirá as expertises das três Forças Singulares – Marinha, Exército e Aeronáutica – para contribuir com nações amigas com relação à proteção contra ameaças químicas.
“Com a criação do CAPAQ, o Brasil espera ter dado um grande passo, a fim de somar a outros países, contribuindo significativamente para a assistência e proteção contra as armas químicas”, disse o general. “A atividade do segmento de defesa, atinente à área de defesa química, biológica, radiológica e nuclear tem sido intensa, no que se refere a grandes eventos”, lembrou o chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa.
A representante da OPAQ, Ditta Ciganikova, elogiou o envolvimento das autoridades brasileiras com o assunto. “Gostaria de agradecer ao governo brasileiro, não só pela generosidade em propiciar adestramentos conjuntos, como também, em compartilhar treinamentos de ações médicas e gestão de feridos”, disse.
O chefe do Escritório de Representação do MRE no Rio de Janeiro, embaixador Eduardo Prisco Paraíso Ramos reforçou a importância do encontro. “O contínuo e firme apoio do Brasil ao fortalecimento do regime de desarmamento e não proliferação da OPAQ é a busca do ideal de um mundo livre de armas de destruição em massa”, afirmou.
O chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, ministro Luís Felipe Fortuna, falou sobre a importância da cooperação do Brasil com os demais países da América Latina. “A iniciativa fortalece a inserção do governo brasileiro nos esforços para a integração regional, e no estreitamento das relações entre o Brasil e a comunidade latino-americana e caribenha”, disse. “Nesse caso, em especial para o desarmamento e para a não proliferação das armas químicas, bem como assistência e proteção nas emergências”, afirmou o representante do MCTIC, reforçando o interesse do Brasil em cooperar tecnicamente com esses países.
Iniciado nesta segunda-feira (28) , o Exercício de Assistência e Proteção para América Latina e Caribe desenvolverá diversas atividades ao longo desta semana, com o objetivo de testar, na prática, os ensinamentos adquiridos nos cursos básico e avançado de Assistência e Proteção.
FONTE: Ascom