Por João José Oliveira
O programa prevê a produção de 28 aviões de um assento, que serão produzidos na Suécia, e mais oito modelos de dois lugares, que serão fabricados no Brasil.
Em outubro, a Saab informou que já está selecionando o imóvel em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, onde ficará a unidade industrial que fará aeroestruturas – como cone de cauda, freios aerodinâmicos, asas, fuselagem dianteira – para os aviões encomendados pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Segundo a Saab, o recrutamento de 55 profissionais que atuarão neste local já começou.
Já o centro de desenvolvimento do Gripen e a montagem final dos modelos fabricados no Brasil serão localizados em Gavião Peixoto, interior paulista, onde funciona desde novembro de 2016 o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN).
O GDDN é o hub de desenvolvimento tecnológico do Gripen no Brasil para a Saab e a Embraer, junto às empresas e instituições parceiras. É lá, onde também funciona a unidade de Defesa & Segurança da Embraer, que engenheiros brasileiros e suecos já atuam em conjunto, como parte do programa de transferência de tecnologia entre Saab e Embraer.
Esse programa de transferência de tecnologia para o Brasil foi fundamental para a Saab vencer concorrentes, como a Boeing, e ganhar a concorrência do governo brasileiro na encomenda para renovar os caças militares.
O programa tem mais de 50 projetos-chave, envolvendo quatro áreas de treinamento teórico; programas de pesquisa e tecnologia; treinamento on-the-job na Suécia; desenvolvimento e produção.
Dentro desse processo, até 2024, mais de 350 profissionais brasileiros, entre engenheiros, operadores, técnicos e pilotos das empresas parceiras da Saab e da Força Aérea Brasileira participarão de cursos e treinamento na Suécia.
Cerca de 160 engenheiros brasileiros de empresas parceiras já passaram por treinamentos. Segundo a Saab, desde o início do programa, a companhia já entregou “uma transferência substancial de tecnologia para parceiros brasileiros, como Embraer, AEL Sistemas, Akaer e Atech”.
O Valor apurou que a Boeing demonstrou ao governo que não terá acesso ao projeto já em curso envolvendo a Saab e a Embraer.
FONTE: Valor