Segundo Carneiro, até no máximo o início da próxima semana a Anac (Agência Nacional da Aviação Civil) deverá emitir o certificado que autoriza a Embraer a realizar o voo com a aeronave. “Trata-se de um procedimento padrão onde a autoridade certificadora verifica se todos os ensaios, procedimentos de segurança e documentação técnica para o voo foram feitos e cumpridos de acordo com o previsto”, afirmou.
Com relação ao problema identificado no motor durante um teste no fim de dezembro, Carneiro disse que o equipamento foi substituído e encaminhado para manutenção. “O problema com o motor não impediria o voo. Está tudo caminhando bem e dentro do cronograma.”
O gerente do KC-390 comentou que mais de 300 pessoas, entre técnicos, engenheiros e representantes das empresas parceiras dos principais sistemas da aeronave estão envolvidas no primeiro voo da aeronave, a maior já desenvolvida pela indústria aeronáutica brasileira. Todas as atividades estão sendo realizadas na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP). O local concentra a produção das aeronaves de defesa da empresa.
Carneiro informou ainda que a FAB continua trabalhando para fechar os acordos de “offset” relacionados ao KC-390. O objetivo é exigir desses parceiros contrapartidas tecnológicas e de cooperação industrial em função da participação deles no projeto. Todos os “offsets” serão revertidos em benefício das empresas do setor aeroespacial brasileiro.
De acordo com o coronel Carneiro, já foram assinados três contratos de offset com as empresas Rockwell Collins, BAE e Rohde-Schwarz. Um deles está em vias de ser assinado com a Thales e dois em negociação avançada com a Cobham e Goodrich. “São ‘offsets’ relacionados aos sistemas de propulsão, comandos de voo, aviônica, manuseio e lançamento de carga e sistema de missão”, explicou.
A FAB também negocia com as empresas DRS, Eaton, Hamilton-Sundstrand, Safram/Sagem, Selex-Galileo e Rafael. “O grande ‘offset’, no entanto será na área de motores e está sendo discutido com a International Aero Engines (IAE)”, afirmou Carneiro.
FONTE: Valor Econônico por Virgínia Silveira