Prefeito de São Paulo pede à Aeronáutica para acabar com aviões no Campo de Marte

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 Haddad pede à Aeronáutica para acabar com aviões no Campo de Marte. Para poder viabilizar obras do Projeto Arco do Futuro, prefeito só quer deixar helicópteros operando 110 aeroporto da zona norte. Atualmente, entorno da área não pode ter prédios altos, sob risco de interferir na segurança dos pousos e decolagens.

Para viabilizar a construção dos prédios do Arco do Futuro, projeto urbanístico que foi sua promessa de campanha, o prefeito Fernando Haddad (PT) quer tirar os aviões do Campo de Marte e transformá-lo apenas em heliporto. Um pedido formal da Prefeitura chegou nesta semana ao Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea.) da Aeronáutica.

Hoje, o entorno do Campo de Marte não pode ter prédios altos, sob risco de interferir na segurança de pousos e decolagens de aviões. Segundo Haddad, isso “comprometeu o desenvolvimento da zona norte de São Paulo”. “Essa área (do aeroporto) vai ser cedida para um novo planejamento urbano. Não teremos mais aviação geral, apenas o heliporto do Campo de Marte. Já estamos negociando com a Presidência da República a retirada da chamada asa fixa do aeroporto”, disse o prefeito há alguns dias, durante lançamento das audiências públicas do Plano Diretor.

Como a movimentação apenas de helicópteros dispensa o espaço reservado para aproximação dos aviões (conhecido como “cone”), a ocupação da vizinhança passaria a ser mais flexível. “Não é um projeto apenas da cidade. Afeta toda a zona metropolitana. Nós abriríamos um espaço de desenvolvimento da zona norte, que ganharia muito em qualidade de vida.”

O Decea ainda não deu um parecer definitivo à Prefeitura, mas pilotos e usuários do Campo de Marte são contra a restrição. “Com a atual estrutura, é inviável. O Campo de Marte conecta São Paulo a mais de mil cidades brasileiras, enquanto a aviação comercial voa a 140 destinos. Sem ele, a cidade perde muito da sua capacidade de negócios”, diz Rodrigo Duarte, presidente da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe).

O Campo de Marte recebe, em quantidade de voos, mais operações do que um aeroporto internacional como o de Viracopos, em Campinas. Em 2012, foram 143 mil pousos e decolagens, ante 115 mil em Viracopos.

Opções

Para fechar o Campo de Marte, Haddad sugere viabilizar projetos de aeroportos na Grande São Paulo que absorveriam a demanda da aviação executiva. Por enquanto, nenhum saiu do papel, mas pelo menos dois são oficiais e têm projetos protocolados na Secretaria de Aviação Civil.

Um, provisoriamente chamado de Aeródromo Privado Rodoanel, seria em Embu-Guaçu, perto do Trecho Sul do Rodoanel. O outro, da JHSF, é previsto para São Roque, a 70 km da capital. “Isso aumentaria ainda mais o uso de helicópteros, porque você teria de voar do aeroporto até o centro de São Paulo. No Campo de Marte, é só sair de carro”, diz o engenheiro aeronáutico Jorge Leal Medeiros.
Disputa

Como se não bastasse a polêmica de uso, o Campo de Marte ainda é alvo de uma disputa judicial que se arrasta há 55 anos. Prefeitura e União alegam ser donas da área de mais de 2 milhões de m2 do aeroporto, que teria sido tomada do Município pelo governo federal na Revolução de 1932. Só em 1958 a briga foi parar nos tribunais e, em 2005, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) afirmou que o terreno pertencia à União. A Prefeitura recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ganhou. A União recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, desde o ano passado, a disputa aguarda o parecer final dos ministros do Supremo.

PAMA-SP com aeronaves F-5M

FONTE: O Estado de São Paulo – André Gabette e Fábio Nataly Costa

NOTA DO EDITOR: E o que a FAB fará com o PAMA-SP? Hoje o PAMA-SP ( foto acima), é responsável por grandes inspeções nas aeronaves F-5M e C-105 e do retrofit dos F-5 “jordanianos”. Mais uma decisão difícil na mesa.

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