Pesquisador revela novas facetas das descobertas do Pai da Aviação

Santos Dumont inventou o avião, o relógio de pulso e o chuveiro de água quente, entre outras criações. O que pouca gente lembra é que antes de ser conhecido pelas suas criações, o brasileiro estudou em instituições como a Universidade de Sorbonne, na França, e fez pesquisas que ainda hoje intrigam pesquisadores.

As possibilidades teóricas de Santos Dumont não só se mostraram verdadeiras com o 14 Bis, mas também são comprovadas pelas aeronaves atuais e podem até ajudar a tornar a aviação mais eficiente. É o que sustenta o pesquisador Francisco Bedê, coronel da reserva da Força Aérea Brasileira, autor do livro “Santos Dumont, o engenheiro autodidata”, onde apresenta a sua tese sobre “A influência do coeficiente angular Ca na decolagem de aviões”.

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De acordo com o pesquisador, além de projetar asas e demais características aerodinâmicas das aeronaves, Santos Dumont estimou no número seis o resultado ideal da proporção entre o peso máximo de um avião e a força necessária de tração do seu motor para uma decolagem segura. A estimativa de Santos Dumont foi fundamental para que o “Pai da Aviação” conseguisse um feito não realizado por seus antecessores: a decolagem autônoma do seu aparelho, sem ajuda de dispositivos externos, como catapultas.

“Santos Dumont projetou o futuro”, afirma o pesquisador. A partir dos escritos do inventor, o Coronel Francisco Bedê realizou aplicações cartesianas trigonométricas e comparou com dados de milhares de aeronaves projetadas ao longo do Século XX, que confirmaram a teoria. De acordo com o militar da reserva, em cerca de 98% dos casos o resultado da relação se situa normalmente pouco abaixo de 6,89, número muito próximo do considerado por Santos Dumont.

Em novembro do ano passado, o Coronel Francisco Bedê foi o único latino-americano a apresentar trabalho na 13ª Conferência Internacional de Aviação e Cosmonáutica, realizada em Moscou. Com o título oficial de “Teoria do Coeficiente Angular Ca na Decolagem Horizontal de Aviões de Asas Fixas que Utilizam Combustíveis Líquidos”, o trabalho de cerca de 300 páginas foi elogiado por Nikolay Konstantinovich Liseytsev, Professor PhD do Instituto de Aviação de Moscou. “Não sendo sua proposição científica um estudo de caráter mandante, isto é, que poderia contrariar conceitos tradicionais da Ciência Aeronáutica, soma-se às várias metodologias científicas existentes”, afirmou.

O trabalho, que está disponível na internet, tem conclusões na área do meio ambiente. Segundo ele, aeronaves “super eficientes” consomem menos combustível e ajudam a preservar a atmosfera. Seria o caso de modelos como o Embraer 195, o Airbus 380 e o Boeing 747-800.

FONTE: FAB

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