A China deverá exportar seu novo caça furtivo, bem como outros sistemas avançados de armas, em um movimento que poderia vê-los sendo utilizados contra os EUA, ou seus aliados, disse um alto funcionário do Pentágono nesta terça-feira.
Frank Kendall, chefe de aquisição do Pentágono, também disse em uma audiência no Congresso, que o “gap” tecnológico entre as armas dos Estados Unidos e da China, foi criado para continuar restringindo os gastos militares dos países, que se movem em direções opostas.
“Em geral, seria de se esperar que os chineses tivessem versões de exportação do equipamento que construiram”, disse Kendall ao Comitê.
“Uma das preocupações com a China não é apenas de que eles estão se modernizando, certamente não prevemos um conflito com a China, mas eles fazem para exportação”, completando “E os sistemas de armas que eles desenvolvem, potencialmente iríamos enfrentar com outras pessoas”.
A China já é o quinto maior exportador de armas do mundo, de acordo com o SIPRI (Stockholm International Peace Research Institute), e seus fabricantes de armas, controladas pelo Estado, tem tido nos últimos anos mais sucesso em concorrências de vendas internacionais.
A expansão tem sido um desafio para os formuladores de políticas e fabricantes de armas ocidentais, que estão direcionando mais vendas no Oriente Médio e na Ásia, para combater orçamentos de defesa baixos ou em declínio, na Europa e nos EUA.
A indústria foi abalada no ano passado, quando a Turquia indicou que iria comprar um sistema de mísseis de defesa da China, que superou os lances da Raytheon e dos consórcios da Europa e da Rússia.
A Turquia ainda tem de finalizar um contrato, mas diplomatas ocidentais questionaram como um sistema de mísseis de defesa construído com hardware chinês, poderia trabalhar junto com a tecnologia existente, fornecida por aliados do país na Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Enquanto o Pentágono tem a preocupação de que os EUA estão perdendo a sua superioridade em áreas como aviões de combate, sistemas de mísseis de defesa e guerra cibernética, é a primeira vez que um alto funcionário comentou o potencial de exportação do novo caça chinês Chengdu J-20.
O J-20 voou pela primeira vez em 2011 e, embora os oficiais do Pentágono não esperem que ele entre em serviço ativo antes de 2018, a sua chegada poderia vir em um momento em que os governos enfrentam uma, cada vez menor, variedade de caças ocidentais disponíveis para compra.
O forte investimento no Lockheed Martin F-35, pelos EUA e alguns aliados, tem levantado questões sobre a capacidade da Boeing para continuar a construir seus aviões F-15 e F/A-18, com as suas carteiras de pedidos diminuindo. Da mesma forma, as aeronaves rivais, construídas pelo consórcio Eurofighter e pela francesa Dassault Aviation, estão sofrendo de uma escassez de novos pedidos e competindo ferozmente pelos poucos contratos internacionais.
Kendall tem defendido o investimento contínuo pelo Pentágono em pesquisa e desenvolvimento, afim de manter o ritmo com o aumento dos gastos por parte da China, Rússia e outros países.
“O Departamento de Defesa está sendo contestado de uma forma que eu não tenho visto a décadas”, disse Kendall em uma audiência no Congresso sobre a mudança de forças militares dos Estados Unidos do Oriente Médio de volta para a Ásia.
Kendall disse que, embora o orçamento de defesa publicado pela China, permaneceu apenas um quarto do que é o dos EUA, que cresce em torno de 10% ao ano, e que só foi possível a compra de mais equipamentos, por causa dos reduzidos custos da mão de obra chinesa.
FONTE: DN
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval