Operação Eleições: 22° Contingente venceu o maior desafio operacional enfrentado no Haiti

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Porto Príncipe (Haiti) – As eleições presidenciais, após muita expectativa dos haitianos e da comunidade internacional, foram realizadas no último domingo, dia 25 de outubro. O desafio foi grande, considerando o histórico de eleições passadas com elevado grau de violência. No entanto, as tropas estavam preparadas e tudo correu bem.

Houve uma intensa concentração de todo o efetivo operacional do Batalhão Brasileiro de Força de Paz (BRABAT) na véspera e no dia da eleição nas principais cidades do Haiti. Inclusive, foi realizada uma megaoperação presença no dia 24 de outubro, com o emprego de 67 viaturas operacionais e blindados.

Nas palavras da Sra Lisa, Assistente Eleitoral da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), responsável pela coordenação das eleições, por parte da Organização das Nações Unidas (ONU), com as autoridades haitianas: “sentimos muita segurança para a realização do pleito com a presença maciça das tropas brasileiras nas ruas. Foram as eleições mais pacíficas que já presenciei no Haiti”.

Como ocorreu no último dia 9 de agosto nas eleições legislativas, não houve necessidade de emprego de tropas militares para reprimir casos de violência. As ocorrências foram contidas ou remediadas no primeiro ou segundo nível de acionamento (como a ONU preconiza), ou seja, pela Polícia Nacional do Haiti ou pela Polícia das Nações Unidas, respectivamente.

O sucesso do emprego operacional teve o seu preço. Desde a preparação no Brasil, foram inúmeras instruções, que não cessaram mesmo em solo haitiano. Nos dias que antecederam o emprego, durante os dois turnos das eleições, e mesmo a posteriori, o poder de combate do Batalhão foi judiciosamente empregado em diversas missões de patrulha. Foram reconhecidos todos os rincões dos Departamentos Oeste, Sul, Sudeste, Grand-Anse e Nippes.

O Force Commander da Missão, General de Divisão Ajax Porto Pinheiro, juntamente com seu Estado-Maior, traçou um plano que permitiu ampliar a flexibilidade do Batalhão, principalmente em áreas consideradas mais críticas fora da capital, como Archaie e Jéremie, esta última localizada a oito horas de deslocamento terrestre da base militar brasileira. O Comandante do BRABAT determinou o reconhecimento terrestre de trinta e três cidades haitianas, vinte e sete reconhecimentos aéreos dentro e fora da capital, além de escolta do material eleitoral, que continua sendo realizada após o fechamento das urnas dos locais de votação.

O General Jorge Leiva Peña, Deputy Force Commander, expressou, ao Comando do Batalhão, que a MINUSTAH e a comunidade internacional estavam muito satisfeitas com a segurança nas eleições no Haiti e que o que as tropas brasileiras haviam realizado tinha sido histórico.

Durante as eleições, foi destacado um oficial de ligação para Porto Príncipe que monitorou, da capital, as principais ocorrências que permitiram a ampliação da consciência situacional do Comandante do Batalhão brasileiro.

A expedição de ordens foi executada na exata medida, com objetividade e espírito de extrema iniciativa, assegurada por uma unidade de comando que privilegiou o destemor e o espírito de equipe.

Entenda a eleição no Haiti

O pleito do último dia 25 de outubro foi o segundo desde que Michel Martelly assumiu o poder em 2011 (o primeiro foi o pleito legislativo, realizado no dia 9 de agosto). Desde 12 de janeiro, quando o Parlamento foi dissolvido, em função da expiração do mandato dos parlamentares, o Presidente governava por decreto. Assim, o que está ocorrendo, portanto, é a retomada da ordem constitucional.

Com o pleito, 5,8 milhões de eleitores, de uma população de 10,3 milhões, foram convidados (o voto não é obrigatório no país) a escolher novos Deputados e a renovar dois terços do Senado (nas eleições do dia 9 de agosto) e, no dia 25 de outubro, além de haver ocorrido o segundo turno para o legislativo, os haitianos também precisavam escolher o novo Presidente. O segundo turno presidencial ocorrerá no dia 27 de dezembro.

Foram 1.855 postulantes, no legislativo, aos cargos de Deputados e Senadores para ocuparem 139 cadeiras do Parlamento. No pleito presidencial concorreram 53 candidatos.

A necessidade de intensa segurança no Haiti ocorreu em função do país caribenho ser mais pobre das Américas e ter uma história de instabilidade social, econômica e política.

FOTOS: BRABAT 22

 

 

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