Por Ana Carolina Vaz Farias
Uma das maiores ameaças ao poder naval americano encontra-se debaixo d’água: os submarinos. Por serem difíceis de identificar, amplificam-se as vantagens de ataque dos inimigos, fazendo com que rivais geopolíticos invistam cada vez mais nessas capacidades.
De acordo com a Nuclear Threat Initiative, até o final de 2019, a China possuía 60 submarinos em sua Marinha, sendo 6 de propulsão nuclear. Para conter essas ameaças, os EUA buscam investir em aeronaves com capacidade de guerra antissubmarino, os sub hunters.
Nesse sentido, de 15 a 17 de junho de 2020, foi conduzido, pelo Eisenhower Carrier Strike Group, um exercício de guerra antissubmarino no Mar Arábico, no qual destacou-se a aeronave P-8A Poseidon. Produzida pela Boeing Defense, Space & Security, é considerado um dos melhores sub hunters no mundo. Com a finalidade de encontrar submarinos inimigos, possuem um sistema de sensores, e são equipados com armamentos, que no caso de um possível ataque, conseguem abater um potencial submarino inimigo de forma autônoma.
A aeronave conta com uma tripulação de oito pessoas, sendo dotada de um sonar que, quando lançado na superfície d’água, reporta ao P-8A a localização do submarino inimigo. Ademais, ressalta-se que a principal função dessas missões é a patrulha e a dissuasão, incrementando a Consciência Situacional Marítima dos Estados Unidos.
Neste ano foi anunciado pela Marinha dos EUA um contrato de US$ 67,8 milhões com a Boeing para integrar novas capacidades e avanços dos sistemas da aeronave P-8A, das quais a Marinha pretende adquirir 108 unidades para substituir os 196 P-3C Orion ao final de sua vida útil. Além disso, a Marinha também se prepara para aumentar a quantidade de armamentos da aeronave, com o objetivo de expandir o escopo das missões. Um exemplo disso é o emprego dos torpedos MK 54, capazes de serem lançados de uma altitude de até 30.000 pés, planar e submergir com segurança durante o ataque a submarinos.
Em suma, nota-se o investimento tecnológico de países em instrumentos que poderão trazer vantagens táticas em uma situação de conflito. Logo, é natural que os EUA invistam em medidas e ferramentas, tanto para a dissuasão quanto para a vigilância e ataque.
FONTE: Boletin Geocorrente