“O Brasil não era nosso objetivo prioritário para vender o Rafale. Existem outros, como a Índia e o Golfo Pérsico, onde estou convencido de que teremos bons resultados”, afirmou Le Drian à emissora “Europe 1.
O ministro de Defesa brasileiro, Celso Amorim, anunciou ontem a opção pela compra de 36 caças de combate da fabricante sueca por US$ 4,5 bilhões, que venceu a briga com os Rafale e os FA-118 Super Hornet, da americana Boeing.
Le Drian afirmou que a decisão de brasileira é “soberana”, mas lamentou que tenham optado pelo avião francês “de alta tecnologia e muito competitivo”.
“Há vários anos o governo francês, a Dassault e outros parceiros explicam aos brasileiros que o Rafale é um avião de alta tecnologia que podia responder muito bem as suas necessidades. Optaram por outro, é sua responsabilidade”, criticou o ministro.
A França espera concretizar em breve a venda de 126 caças à Índia, em um contrato avaliado em 13 bilhões de euros.
Apesar de ter perdido o direito da venda, o ministro frisou que a França mantém uma “grande” cooperação militar com o Brasil, com um contrato de mais de seis bilhões de euros para a construção de quatro submarinos e a fabricação conjunta de helicópteros.
“Temos uma relação de defesa muito significativa com esse país, que continuará”, disse.
A Dassault não escondeu sua decepção por perder o contrato com o governo brasileiro, que parecia ter a prioridade de venda durante a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em comunicado, a fabricante explicou que seu contrato previa uma “cooperação a longo prazo com a indústria brasileira”, além de uma “transferência de tecnologia sem restrições e a parceria científica, técnica e industrial solicitadas pelo Brasil”.
“Lamentamos que tenham optado pelo Gripen, dotado de vários equipamentos de origem diferente, sobretudo, americanos”, argumentou o grupo, para quem o avião sueco “não está na mesma categoria que o Rafale”.
A fabricante afirmou ainda que a aeronave da Saab tem um único motor mais rápido e por isso “não é equivalente” ao Rafale “em termos de rendimento e, portanto, de preço”.
A Dassault argumentou que as autoridades brasileiras “não levaram em conta a relação custo-eficiência, propícia ao Rafale, nem o nível de tecnologia”.
FONTE: Exame
NOTA do EDITOR: Se não era prioridade, o que os Srs. Hollande e Trappier vieram fazer aqui no Brasil semana passada? Deveriam ter ido para a Índia ou para o Golfo Pérsico oferecer sua mercadoria. Sr. Jean-Yves Le Drian está esquecendo que ainda existem muitos contratos de defesa brasileiros a serem negociados, e a sua posição soberba e esnobe não vai ajudar em nada o seu país!