Por Carlos Ferreira
Com sede em Brasília, uma frota de aviões ATR e a obstinação de se tornar referência no transporte aéreo regional brasileiro, está nascendo a NELLA Linhas Aéreas.
A NELLA Linhas Aéreas tem 100% do capital pertencente à VOE NELLA Holdings que, por sua vez, pertence ao grupo JKL Investimentos. Apesar de recentemente constituída, a nova aérea é fruto de um planejamento de três anos que se espelha nos melhores benchmarks de empresas regionais e low-cost, low fare ao redor do mundo.
Quem está capitaneando a operação
O CEO da JKL Holdings, Maurício Souza, acredita que, passada a pandemia, o setor aéreo regional brasileiro estará desassistido e que há uma grande oportunidade de entrar para atender a esse nicho com qualidade e uma abordagem client-centric, cujo foco de todas as ações está no cliente. O slogan da empresa “It’s not just about fly” ou “não se trata apenas de voar”, em português, reflete esse DNA.
“A Nella nasce com a proposta de fechar as lacunas que existem no mercado regional brasileiro. A gente vê o quão desassistidas são muitas regiões do Brasil. As grandes companhias têm foco em mercados com mais de 500 mil habitantes e entendemos bem o porquê disso, já que seu custo operacional é muito alto. Pretendemos levar a experiência de uma vivência no setor e o conhecimento que temos do setor aéreo para atender às diversas regiões brasileiras com aviões de menor porte”, diz Souza.
“Trazemos ao mercado uma proposta inovadora, onde uma inteligente engenharia de operação irá proporcionar aos clientes da NELLA mais do que apenas um voo, irá proporcionar uma verdadeira experiência, com serviço excelente e custos acessíveis”, afirma o executivo.
Souza também acredita no potencial do nome que originalmente é uma homenagem à sua filha Antonella, mas que também tem um apelo promocional bastante forte. “Ao serem perguntadas sobre em que empresa voaram, nossos clientes poderão dizer: voei Nella. É um nome que marca”.
No comando da NELLA
À frente da operação da linha aérea está Moisés de Lima Paes, experiente executivo com mais de 42 anos de experiência no setor e passagens por empresas como TAM, Pantanal, VASP e Air Minas, além de consultor aeronáutico e proprietário da LM Global Aviation.
Na posição de Diretor-Geral da Nella, Lima Paes tem a missão de estruturar uma empresa focada num atendimento de excelência e com segurança, enquanto se apoia na larga experiência da equipe para dar os passos certos, mitigando riscos e eliminando vícios de empresas aéreas anteriores.
“Estamos entrando nas lacunas que foram deixadas pelas demais empresas aéreas, bem como nas que já existiam na aviação regional brasileira muito antes da pandemia. A Nella promoverá muitos empregos”, diz Lima Paes.
Qual o estágio atual
Constituída em fevereiro de 2020, a Nella Linhas Aéreas está sendo estruturada e seu corpo técnico está sendo composto. A empresa já vem trabalhando na confecção dos seus manuais e nos protocolos internos, que serão revisados posteriormente pela ANAC, antes de que essa conceda as autorizações necessárias para a empresa operar.
A empresa atualmente busca ser certificada pelo RBAC 121, a mesma certificação que as grandes aéreas nacionais já possuem, e que segue as mais rigorosas normas de segurança e qualidade. “Escolhemos a certificação RBCA 121 pois, apesar de mais complexa, sedimentará as bases para o crescimento da empresa”, diz Lima Paes.
Espera-se que a empresa seja inicialmente apoiada na operação de quatro aeronaves ATR42 de 44 lugares, que são aviões mais versáteis e adequados para aeroportos menores. Com o tempo, aviões maiores, como o ATR72, devem ser incorporados. Além disso, o mercado já tem mão-de-obra pronta e abundante para esse tipo de equipamento, e os pilotos podem contar com um novo simulador de voo instalado em Curitiba, o que facilitará no treinamento e reduzirá custos, já que não haverá necessidade de deslocamento até a Europa ou Estados Unidos.
Ainda não há uma data definida para início das operações. Segundo os executivos, a malha aérea já começou a ser desenhada e visa atender a rotas que possuem demanda constante em cidades menores do país. “Estamos fazendo um desenho de malha aérea estratégico. Nós vamos começar com algumas linhas mais essenciais e básicas, solicitar aprovação da ANAC e começar a voar. Em seguida, vamos moldando nossa operação”.
Maurício Souza complementa, falando sobre o bom relacionamento com a Inframerica, administradora do aeroporto de Brasília, onde estará a base operacional da empresa. Ele comenta que “se o aeroporto te ajuda, o governo te ajuda, e o empresário tem a fé no país e a força de vontade de se reinventar, então é possível criar um negócio que dê certo”.
FONTE: AEROIN