Megaoperação da FAB cria bases desdobradas em diversos pontos da fronteira

Embora a operação Ostium tenha iniciado, oficialmente, na última sexta-feira (24/3), os militares envolvidos na organização logística, na segurança e no apoio às atividades estão mobilizados há pelo menos um mês. Isso porque, em uma operação como essa, não basta apenas o deslocamento de aeronaves e militares; é preciso montar uma estrutura para recebê-los.

Para a atuação da Força Aérea Brasileira (FAB) na cidade de Dourados (MS), onde estão mais de cem pessoas, foram necessários cinco caminhões e uma van para transportar toda a carga de materiais, explica um Tenente do Grupamento de Apoio de Canoas (RS). “Foram dois dias de deslocamento, com aproximadamente 200m³ de suprimentos”, afirma o responsável. São barracas e módulos onde funcionam os centros de comando e controle, as salas de reuniões, os dormitórios e os banheiros – é a chamada Unidade Celular de Intendência (UCI). Existe até mesmo um módulo de lavanderia, importante pela característica de perenidade da Ostium.

Para Dourados, foram levados três geradores para prover energia elétrica ao acampamento, além da montagem da infraestrutura de comunicação. “É preciso até de uma antena específica para que as imagens geradas pela Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) sejam enviadas, em tempo real, para o comando da operação, em Brasília”, conta um Sargento do 3º/1º Grupo de Comunicações e Controle (GCC), de Natal (RN). Tudo isso precisou ser avaliado e montado, do zero, explica o Tenente-Coronel Sandro Bernardon, Comandante do Esquadrão Hórus (1º/12º) e coordenador local da operação. “Quando nós chegamos aqui, não havia nada, só o chão, que também precisou ser preparado. Tudo foi construído”, disse.

Os aviadores que ficam em alerta 24 horas por dia, como os pilotos de AH-2 Sabre e A-29 Super Tucano, precisam de uma sala muito próxima às aeronaves, pois têm apenas alguns poucos minutos, uma vez acionados, para decolar e realizar a missão de defesa aérea. Já as dezenas de militares envolvidos na atividade de guarda e segurança – ou seja, manter a integridade das instalações e do pessoal – trabalham em escalas de vigilância e também precisam estar próximos ao centro nervoso da operação.

Assim como a logística e a montagem da estrutura, as atividades de guarda e segurança também compõem os bastidores da Ostium. Por ser tratarem de bases deslocadas por todo o território, ou seja, fora dos quartéis; e pela característica da operação, de combate a crimes transfronteiriços, a questão da segurança é primordial, explica o Capitão comandante do grupamento que saiu da capital sul-mato-grossense para Dourados com essa missão. É por questões de segurança, também, que a identidade dos envolvidos na Ostium está sendo mantida em sigilo nas publicações de divulgação da atividade.

A principal medida de segurança é o controle de acesso aos locais da operação, explica o Capitão. Pelo fato de se tratar de uma área isolada, a abordagem é diferente, por exemplo, das ações de segurança nos Jogos Olímpicos, onde o local assegurado era o mesmo de circulação geral. “Tomamos ciência de que aqui na fronteira com o Paraguai houve a utilização de metralhadoras de calibre .50 entre criminosos, então estamos com o contingente e o armamento adequados para realizar a segurança”, afirma ele.

Segundo o Tenente-Coronel Bernardon, a Ostium também tem recebido apoio essencial de outros órgãos, como organizações militares do Exército Brasileiro e prefeituras municipais.

Fonte: Agência Força Aérea, por Ten Gabrielli Dala Vechia

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