O governo indiano não parece disposto a comprar o caça bimotor Rafal fabricado pela francesa Dassault Aviation, mesmo estando a Força Aérea Indiana (IAF) enfrentando uma redução de sua frota.
O governo indiano assinou um contrato de compra de 36 caças Rafale em “fly-away condition”, ou seja, em condição de operação. O plano original era comprar 126 aeronaves mas, o plano foi cortado devido ao alto custo de cada aeronave, totalizando 36 após longas negociações com a França.
Como resultado, agora é pouco provável que o governo vá comprar mais desses caros aviões, embora necessite de aeronaves adicionais, informaram fontes do Ministério da Defesa. “Nova ordens para o Rafale é um grande ponto de interrogação. Onde está o dinheiro para isso? Há opções muito mais baratas disponíveis”, disse um alto funcionário.
Atualmente, a IAF tem 34 dos 42 esquadrões necessários para proteger o seu espaço aéreo. Esse é o número mais baixo para a IAF na última década. Cada esquadrão é composto por 18 aeronaves. Além disso, 11 esquadrões são compostos por caças MiG-21, que estão próximos de sua aposentadoria, o que vai representar um desafio adicional.
Assim, a demanda por aviões de combate continua. Mesmo que a Índia tenha comprado apenas 36 Rafale, depois de cancelar o plano de aquisição de 126, o requisito original ainda permanece. No entanto, fontes disseram que o governo estava agora concentrado na aquisição de caças monomotores, um negócio de cerca de US$ 12 bilhões. Os principais concorrentes são o Gripen da Saab e o F-16 da Lockheed Martin.
Dassault Aviation já deixou claro para o governo indiano que ela não vai ser capaz de realizar a completa transferência de tecnologia e criar um sistema industrial, para fabricar os aviões no país sob o programa ‘Make in India”, a menos que sejam realizadas compras adicionais.
Dassault de olho nos caças embarcados
No entanto, fontes também disseram que a Dassault está agora fazendo lobby junto ao governo, sobre o plano da Marinha indiana de comprar 57 caças multimissão para uso embarcado em porta-aviões.
Mas, parece que o Ministério da Defesa não optará pelo Rafale devido ao seu alto custo. Como resultado, a Boeing e a MiG, estão de olho no negócio. A Boeing ofereceu o F/A-18 E/F Super Hornet, que está atualmente em uso na Marinha dos EUA.
Segundo fontes, o custo de manutenção do Rafale também é maior que o de qualquer outra aeronave similar que está sendo oferecida. Eric Trappier, Chairman e CEO da Dassault Aviation, disse durante a Aero Índia que a empresa só vai montar uma fábrica de aviões de combate na Índia se receber uma encomenda de mais de 100 caças.