“O desenvolvimento do KC-390 é prioridade total. Não haverá atrasos, porque isso compromete as vendas no mercado internacional”, afirmou o brigadeiro. As restrições orçamentárias, porém, segundo ele, poderão atrasar o processo de aquisição das 28 aeronaves KC-390 encomendas pela FAB. “A Lei Orçamentária prevê R$ 400 milhões para a produção do KC-390 este ano, mas ainda não temos esses recursos confirmados”, disse.
O contrato de produção de 28 KC-390 para a FAB, avaliado em R$ 7,2 bilhões, foi assinado em maio do ano passado. A fase de desenvolvimento do avião tem custo estimado em cerca de R$ 5 bilhões e o contrato se estende até 2017. As atividades de produção seriada foram iniciadas em 2014. A FAB destinou R$ 20 milhões para o início desses trabalhos no ano passado.
O presidente da Copac informou ainda que a FAB regularizou todos os pagamentos relacionados ao desenvolvimento do KC-390 este ano. O primeiro protótipo do cargueiro realizou seu voo em fevereiro. O segundo voo, de acordo com o brigadeiro, deve acontecer entre julho e agosto.
A entrega do primeiro avião para a FAB está prevista para o fim de 2016. A Embraer prevê criar 1,1 mil empregos diretos e 5,5 mil indiretos com a produção em série do KC-390. O programa de desenvolvimento adicionou 1,5 mil postos de trabalho diretos na empresa e outros 7,5 mil indiretos.
Além da encomenda da FAB, o KC-390 conta com 32 cartas de intenção de compra da Argentina, Portugal, República Tcheca e Colômbia. Os três países se tornaram parceiros industriais do projeto, por meio de suas empresas.
Segundo a Embraer Defesa e Segurança, a aeronave irá disputar um mercado de 728 unidades para 77 países, nos próximos 20 anos. O Valor apurou que a Força Aérea do Canadá solicitou à Embraer um pedido recente de proposta de venda do KC-390.
O programa F-X2, por sua vez, inicia suas atividades este ano com a mobilização de 357 engenheiros e técnicos da indústria aeronáutica e de defesa brasileira para trabalhar no desenvolvimento dos caças Gripen NG na fábrica da Saab, na Suécia.
A maior parte deles, 240 profissionais, será enviada pela Embraer, empresa que coordenará as atividades de desenvolvimento, produção e montagem do avião no Brasil. O programa de desenvolvimento dos caças, segundo a Copac, vai receber este ano R$ 1 bilhão.
O presidente da Copac disse que, além da Embraer, mais cinco empresas brasileiras irão participar do desenvolvimento conjunto dos caças na Suécia: Inbra (43 profissionais), AEL Sistemas (8), Akaer (7), Atech (26) e Mectron (12). O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) também vai enviar 21 especialistas para a Suécia.
“Pelo acordo feito com o governo brasileiro, oito aeronaves serão produzidas na Suécia e 15 no Brasil. O aprendizado virá da participação direta dos nossos engenheiros no desenvolvimento de 13 aviões”, explicou. O contrato prevê a aquisição de 36 aviões avaliados em US$ 5,4 bilhões.
O acordo de financiamento da compra dos aviões, porém, ainda está sendo avaliado pelo Ministério da Fazenda, que enviará para aprovação no Senado. A expectativa da FAB é de que o acordo seja aprovado ainda neste semestre.
A parceria da Saab com a Embraer também contempla a exploração conjunta das oportunidades de vendas globais do Gripen NG, que irá disputar um mercado potencial de três mil caças nos próximos 20 anos.
FONTE: Valor Econômico