O Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) recebeu, nesta terça-feira (6), a segunda aeronave-laboratório Legacy 500.
Segundo o oficial de operações do GEIV, Major José Evânio Guedes Junior, essa foi a primeira aeronave, no mundo, que saiu de fábrica com o laboratório já integrado.
Ela traz diversos ganhos operacionais em relação aos aviões que, gradualmente, serão substituídos. Em primeiro lugar, a autonomia de voo: enquanto o Bandeirante alcança 1.400km sem necessitar de reabastecimento, durante as inspeções, o novo Legacy 500 chega a 5.600km. Isso permite, por exemplo, decolar de Brasília (DF) e realizar inspeções em Manaus (AM) sem precisar de um pouso intermediário. Também favorece que mais auxílios à navegação sejam verificados em uma mesma decolagem, aumentando a eficiência.
A quantidade de horas voadas até a necessidade de manutenção das aeronaves também marca a grande distância tecnológica entre elas: enquanto o Bandeirante precisa ser inspecionado a cada 150 horas, o Legacy em seu ciclo de inspeção a cada 750 horas.
O sistema fly-by-wire de pilotagem, em que se elimina o manche, substituindo-o por uma espécie de “joy stick”, diminui a carga de trabalho da tripulação, permitindo que os militares consigam estar mais atentos à inspeção em si.
“Outro ganho operacional será o aumento da consciência situacional dos tripulantes, pois, as quatro telas de 15 polegadas que compõem o painel do Legacy permitem a utilização de cartas de navegação georreferenciadas e outras informações importantes sobre as rotas a serem percorridas”, explica o Major Evânio. Segundo ele, a nova aeronave-laboratório apresenta o sistema de aviônica Rockwell Collins ProLine, considerado um dos mais avançados do mundo.
Preparação
Para receber a nova aeronave, o GEIV formou, em órgãos no exterior, 54 profissionais: doze pilotos, vinte mecânicos de voo, doze operadores do sistema e dez mantenedores de bancada do sistema.
Para os pilotos, a formação consistiu em aulas teóricas e treinamentos em simuladores na Flight Safety International. Agora, com a chegada das aeronaves, o próximo passo são as instruções práticas no próprio avião, orientadas por profissionais da Embraer.
“O novo Legacy 500 vai permitir adequar o GEIV aos novos equipamentos e sistemas de navegação, comunicação e vigilância que surgiram ou foram aprimorados e, ainda, a novos tipos de procedimentos de navegação aérea”, afirma o Major Evânio.