Por Paulo de Tarso Lyra, Denise Rotenburgh e Leonardo Cavalcanti
Ele explicou que essa negociação decorre da necessidade de uma revisão dos orçamentos após a decisão do governo de contingenciar R$ 69,9 bilhões do orçamento geral. Wagner destacou que esse montante de R$ 1 bilhão não sairia, originalmente, do Orçamento Geral da União, pois se trata de um financiamento feito pelos suecos ao Brasil. Mas defendeu a renegociação dos valores. “Toda vez que tomo empréstimo, ele impacta na minha meta de superavit primário. A presidente Dilma não fez um compromisso de assegurar uma meta de 1,2% do superavit? Se pegarmos R$ 1 bilhão, impacta na minha meta. Se forem R$ 200 milhões, o impacto é menor”, explicou ele.
Wagner acredita que essa redução não vai atrapalhar o cronograma de aquisição das aeronaves suecas, já que o projeto ainda está em sua fase inicial. Tanto que está mantida a ida de 250 engenheiros brasileiros para a Suécia em agosto. Ontem, durante visita à exposição Gripen, na Esplanada dos Ministérios, o ministro da Defesa justificou a viagem dos engenheiros ao exterior.
“É preciso que as pessoas entendam que tudo que você faz na indústria de defesa, acaba transbordando para indústria comum. Tudo que nós estamos aprendendo aqui de aviação vai servir, por exemplo, para a Embraer desenvolver outros equipamentos para aviação civil”, esclareceu Wagner.
Juros. O ministro também adiantou que ainda está em negociação o valor dos juros do contrato com os suecos. Segundo Wagner, na semana passada, houve um encontro entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com o ministro da Indústria da Suécia, Mikael Damberg. “O prazo ideal para nós é, exatamente, 24 de junho, que é quando vence o período pós-assinatura do contrato comercial. ”
Wagner considera natural que tanto o Brasil quanto os suecos procurem sempre uma mudança mais vantajosa. “Todos procuram uma vantagem a mais, um custo um pouquinho menor, mas nós vamos bater o martelo e não tenho nenhuma preocupação com isso”, apostou o petista.
Essa negociação não trará, contudo, nenhum prejuízo às partes, de acordo com o ministro. “O contrato foi feito com o seguro das duas partes. Se subir (os juros) eles bancam, se baixar, a gente banca. É obvio que quando ele foi discutido, os juros estavam em um patamar e agora estamos em outro. Não tem um número mágico para dizer “eu quero xis”, assegurou o ministro.
FONTE: Correio Braziliense