Força Naval do Nordeste comemora 71 anos

Cruzador Rio Grande do Sul -  foto NGB
Cruzador Rio Grande do Sul – Fonte: NGB

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Marinha do Brasil (MB) participou da Campanha do Atlântico, a mais longa e uma das mais importantes deste conflito. Nela, a Alemanha e a Itália procuravam negar o uso do Oceano Atlântico aos aliados.

A estratégia levou o ataque ao comércio marítimo brasileiro, com o afundamento de vários navios mercantes nacionais. O Brasil, como consequência, não podia manter uma posição de neutralidade. Sua economia dependia fortemente do comércio marítimo para exportar as matérias primas e alimentos que produzia, pois era um País essencialmente agrícola, e também para importar combustíveis, pois não tinha carvão de boa qualidade e petróleo e, ainda, porque, por falta de estradas, dependia da cabotagem para os intercâmbios comerciais entre suas principais regiões.

Com a entrada do Brasil no conflito, tendo como principal aliado os Estados Unidos da América, coube à Marinha do Brasil patrulhar o Atlântico Sul e proteger os comboios de navios mercantes que trafegavam entre o Mar do Caribe e o litoral Sul do Brasil contra a ação dos submarinos e navios corsários germânicos e italianos. No início do conflito, a MB pouco conhecia das novas táticas antissubmarino e estava, consequentemente, desprovida de material flutuante e dos equipamentos necessários para executá-las.

Caça Minas – Corveta Caravelas – Fonte NGB

A criação da Força Naval do Nordeste (FNNE), pelo Aviso nº 1.661 de 5 de outubro de 1942, foi parte do rápido e intenso processo de reorganização das forças navais brasileiras para adequar-se à situação de conflito. Sob o comando do então Capitão-de-Mar-e-Guerra Alfredo Carlos Soares Dutra, a recém-criada Força foi inicialmente composta pelos seguintes Navios: Cruzadores “Bahia” e “Rio Grande do Sul”, Navios-Mineiros “Carioca”, “Caravelas”, “Camaquã” e “Cabedelo” (posteriormente convertidos em corvetas) e os Caça-Submarinos “Guaporé” e “Gurupi”.

Recebeu, ainda, navios que tinham acabado de ser prontificados nos estaleiros brasileiros e vários escoltas antissubmarino cedidos pelos norte-americanos, constituindo-se a Força-Tarefa 46, da Força do Atlântico Sul, subordinada à 4ª Esquadra norte-americana. Os entendimentos entre o Brasil e os Estados Unidos permitiram o fornecimento ao Brasil de navios de proteção ao tráfego e de ataque a submarinos, bem como o indispensável treinamento do pessoal, habilitando-os a operarem navios modernos com equipamentos de detecção, como o sonar.

Corvetas Camocin e Camacuã – Fonte: NGB

A missão principal da MB foi a escolta dos comboios de navios mercantes. A atuação das forças navais brasileiras, destacadamente da FNNE, manteve abertas as vias de comunicações marítimas no Atlântico Sul, provendo os Aliados de materiais estratégicos essenciais para o esforço de guerra e mantendo a economia nacional abastecida.

Esta guerra cotidiana e silenciosa custou inúmeras vidas. As perdas brasileiras na guerra marítima somaram 30 navios mercantes e três navios de guerra, entre eles o “Bahia” e o “Camaquã”, que pertenciam à FNNE.

Nas operações navais na Segunda Guerra Mundial, a MB perdeu 486 homens. Em 7 de novembro de 1945, concluída a sua missão, a FNNE regressou ao Rio de Janeiro em seu último cruzeiro. O desempenho da FNNE, no cumprimento de sua missão, evitou que ocorresse um desabastecimento das cidades brasileiras e contribuiu de maneira notável para permitir o fluxo da navegação de longo curso do Atlântico Sul e certamente para a vitória final aliada sobre o Eixo.

A Cerimônia alusiva ao Dia da Criação da Força Naval do Nordeste será realizada no dia 08 de outubro (terça-feira), no Complexo Naval de Mocanguê (Base Naval do Rio de Janeiro).

FONTE: COMEMCH

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