Cerca de 50 aeronaves da Força Aérea Brasileira serão empregadas na defesa aérea e no transporte aerologístico durante os Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro. O número contempla aviões F-5M, A-29 Super Tucano, veículos aéreos não tripulados e helicópteros. As aeronaves cumprirão as medidas de monitoramento e de policiamento do espaço aéreo nas áreas de exclusão determinadas. As aeronaves também ficarão em prontidão na capital fluminense e em outros pontos do País para acionamento.
“Nosso objetivo é manter o mesmo padrão dos Jogos Olímpicos”, explica o Coronel Dias Gomes, Chefe do Estado-Maior do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), órgão do Comando da Aeronáutica sediado em Brasília (DF), responsável por gerenciar as ações de defesa aérea. “Fizemos reuniões com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) para pequenos ajustes visando melhorar a eficiência e revisar alguns procedimentos”, detalha o oficial. Durante os Jogos Olímpicos, as aeronaves da FAB cumpriram 1,3 mil horas de voo.
Em uma área denominada “Branca”, que abrange de Angra dos Reis até Cabo Frio, e do Oceano até quase a divisa com Minas Gerais, estarão proibidos voos de treinamento, instrução e turísticos, dentre outras restrições. Também estarão proibidas operações de paraquedas, parapentes, balões, dirigíveis, ultraleves, aeronaves experimentais, asas-deltas, pulverização agrícola, reboque de faixas, aeromodelos, foguetes e veículos aéreos remotamente pilotados.
A área denominada “Amarela”, em que será permitido sobrevoo apenas de aeronaves devidamente autorizadas, tem 27,78 quilômetros de raio (15 milhas náuticas). A abrangência inclui os aeroportos do Galeão e Santos Dumont, indo desde Niterói até a praia de Grumari, e do Oceano Atlântico até Nova Iguaçu.
As chamadas áreas “Vermelhas” que serão ativadas sobre os complexos esportivos da Barra, Deodoro, Maracanã, Engenhão e Copacabana contam com 7,4 quilômetros de raio (4 milhas náuticas). Neste espaço, somente poderão voar aeronaves com autorização expressa do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), incluindo as das Forças Armadas, órgãos de segurança pública, chefes de Estado e autoridades públicas, aeronaves-ambulância e aquelas utilizadas pelas organizações dos eventos esportivos.
Medidas de policiamento aéreo – Qualquer veículo aéreo que descumprir as orientações poderá ser interceptado em voo pelo COMDABRA. O decreto presidencial N° 8.758/2016 determinou que aeronaves consideradas suspeitas estarão sujeitas às medidas coercitivas de averiguação, intervenção, persuasão e até de destruição. Esta última medida pode ocorrer sob ordem do Comandante da Aeronáutica. Para executar tais ações, a Força Aérea Brasileira terá aviões de caça, helicópteros e aviões-radar em voo ou prontos para decolar.
Este conceito e estrutura militar para gerenciar o fluxo de tráfego aéreo já foi adotado em grandes eventos sediados pelo Brasil. As experiências na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em 2012, na Copa das Confederações de Futebol FIFA Brasil 2013, a Jornada Mundial da Juventude Católica Rio 2013 e a Copa do Mundo de Futebol FIFA Brasil 2014 foram bem sucedidas e resultaram em reconhecimento internacional.
Fonte: Agência Força Aérea, por Ten Jussara Peccini