Um avião P-95 Bandeirante Patrulha faz parte agora da busca aérea à aeronave desaparecida no Pará desde o dia 18 de março
Um avião P-95 Bandeirante Patrulha da Força Aérea Brasileira faz parte agora da busca aérea à aeronave Baron 58, matrícula PR-LMN, que desapareceu no dia 18 de março quando voava de Itaituba (PA) para Jacareacanga (PA). Desde o comunicado do desaparecimento do Baron, que estava com cinco pessoas a bordo, mais de 24.832 quilômetros quadrados já foram cobertos.
O P-95 se juntou às buscas no último sábado (13/4). “Com mais uma aeronave, vamos poder ampliar a área de buscas”, explica o Tenente Danilo Alves, do SALVAERO Manaus, órgão que coordena as buscas. Até agora, um helicóptero H-60 Blackhawk e aviões SC-105 Amazonas e P-3 Orion da FAB voaram 203 horas na missão. Agora, cada voo do P-95 poderá chegar a até 7 horas e 30 minutos de duração.
O desafio tem sido as chuvas na região, que dificultam as buscas. “Chove bastante e estamos na época das cheias”, explica o Capitão Michelson Assis, um dos pilotos do helicóptero H-60 Blackhawk. “É uma mata bem fechada, bem densa e às vezes dificulta enxergar o solo. Uma aeronave de pequeno porte pode se esconder sob a copa das árvores”, completa. Com a cheia no rio Tapajós, abaixo das árvores o alagamento é de aproximadamente cinco metros, também suficiente para esconder possíveis destroços.
Padrões de Busca
Até agora, a FAB já empregou 50 militares na missão de busca, incluindo os do SALVAERO Amazônico. Ali, com base em informações como a rota da aeronave desaparecida, contatos de rádio e até a cobertura de celular na região, foram traçados os chamados “padrões de busca”, as rotas das aeronaves envolvidas na missão.
Um dos padrões de busca consiste em sobrevoar a mesma rota da aeronave desaparecida. Em seguida, a partir da última localização conhecida, foram realizados voos para várias direções diferentes. Depois, foi é vez do “quadrado crescente”, quando a aeronave de busca cobre a área em volta da última localização conhecida, aumentando o quadrado a cada novo sobrevoo. Um último padrão de busca é o “pente”, com várias passagens separados por poucas centenas de metros.
Em cada voo, as aeronaves de busca traçam rotas a baixa altura, que varia de 30 a 300 metros, e fazem curvas fechadas para se manter exatamente nas rotas traçadas pelo SALVAERO. Quem assume papel preponderante são os observadores militares que têm a missão de tentar avistar qualquer coisa que chame a atenção, como um brilho de um metal, por exemplo.
Com fones de ouvido e microfone, eles conversam a todo instante com os pilotos, que precisam manter o avião em uma altitude e velocidade adequadas para o trabalho dos observadores. É preciso ainda se preocupar com o relevo, nuvens e o clima. “É uma missão que exige muito da tripulação porque o pessoal tem que estar constantemente atento e tem o compromisso de estar observando tudo o que acontece”, lembra o Tenente Francis Guilherme Pereira, que é piloto de SC-105.
O mesmo acontece no P-95, P-3 e no H-60. Em cada um, pelo menos dois observadores ficam permanentemente nas janelas de observação, enquanto outros descansam em um esquema de revezamento para evitar o cansaço excessivo. Apesar da função ser realizada principalmente pelos observadores, pilotos e mecânicos também participam da busca visual.