Treinar as capacidades operacionais a partir de missões aéreas compostas. Este tem sido o objetivo do Exercício Operacional Tápio (EXOP Tápio), que ocorre na Ala 5, até a próxima sexta-feira (17), em Campo Grande (MS), e conta com o emprego dos esquadrões aéreos e de unidades de infantaria da Força Aérea Brasileira (FAB). A segunda edição do EXOP Tápio conta com um incremento: COMAO em período noturno.
COMAO, sigla em inglês para Composite Air Operation, significa o envolvimento de várias aeronaves e esquadrões numa missão com diversas ações simultâneas. Durante o Exercício, foram programados oito COMAO, para o período noturno e diurno, intercalados por workshops e voos para nivelamento de conhecimento.
Cada pacote, como também é conhecido o COMAO, exige bastante planejamento e coordenação, devido à complexidade envolvida. Pelo menos 100 militares e até 30 aeronaves de performances diferentes participam de cada operação. Os pacotes acontecem em tempo reduzido e em espaço limitado e o desafio é unir os aviões, de forma sinérgica, segura e complementar uns aos outros, considerando as doutrinas e as peculiaridades de cada aviação. A intenção do exercício também é a integração das aeronaves, visando potencializar as capacidades de emprego da Força Aérea.
O Major Aviador Edgar Barcellos Carneiro, integrante do Esquadrão Centauro (3º/10º GAV) e mission commander operacional de um COMAO noturno, ressaltou os desafios do exercício com a baixa visibilidade. “Ao mesmo tempo em que o voo noturno é, taticamente, um fator de segurança, uma vez que dificulta a percepção do inimigo sobre a nossa presença, voar com baixa visibilidade também é um fator complicador para nós, exigindo um grau de segurança a mais a ser raciocinado, pela nossa dificuldade de percepção espacial e visualização do terreno”, diz.
O Tenente Aviador Andre Affonso Vidal, integrante do Esquadrão Puma (3º/8º GAV), observa que o voo noturno durante a EXOP Tápio cumpre a missão do exercício que é o adestramento em cenário de combate. “No voo noturno, a nossa intenção é negar a detecção visual pelo inimigo. Então, nós voamos baixo e com todas as luzes apagadas, dificultando bastante a identificação”, explica.
Para o Sargento Mecânico André Said Junior, também do Esquadrão Puma, treinar o uso dos equipamentos empregados durante o voo noturno é fundamental para a segurança operacional. “Utilizamos tanto o NVG quanto o Spectrolab, que são compatíveis apenas para uso noturno. Com eles conseguimos deixar a missão ainda mais segura”, complementa.
O Major Carneiro complementa quanto à proposta, que é juntar diversos vetores às várias ações. “Buscamos cumprir um único objetivo dentro do teatro de guerra, que é enfraquecer o esforço do inimigo”, diz. Segundo o oficial do Centauro, dentre as ações realizadas durante um COMAO estão o Guiamento Aero Avançado (GAA), lançamento de carga, apoio aéreo aproximado, resgate em combate, posto de comunicação no ar, escolta de aeronaves em resgate, dentre outras. “Todas as aeronaves voam de forma coordenada e desconflitada. É uma ação planejada, acompanhada em tempo real, onde se verifica se o que foi planejado é o que está sendo realizado”, concluiu.