Snipers atuam em cenários de conflito, em segurança de tropas e autoridades, além de abaterem alvos selecionados
O Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial de Canoas (BINFAE-CO) formou sexta-feira, dia 27, 14 snipers, como são conhecidos os atiradores de precisão. Concluíram o Curso Tático de Precisão, com duração de três semanas, oito oficiais e graduados da Força Aérea, profissionais da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) do Rio Grande do Sul. Essa é a única organização da FAB que oferece o curso.
Os snipers atuam em cenários de conflito, apoiando a segurança de tropas e autoridades, colhendo informações e abatendo alvos selecionados. Para conseguir o título, além dos tiros em si, executados com fuzis 762, os alunos participaram de oficinas com cães farejadores – pela sua capacidade de identificar a localização e denunciar o atirador – e, também, de navegação, segurança antiaérea e camuflagem avançada, pois a luneta do armamento não pode refletir a luz.
“Uma das atividades foi um teatro de operações, em que os alunos atuaram em uma visita simulada de autoridade. As duplas não atiraram, mas identificaram pontos sensíveis na segurança e avisavam, pelo rádio, ao responsável”, destaca o coordenador do curso, Tenente de Infantaria Daniel Alberto Bauer.
A prática do tiro é feita sempre em duplas, em que um componente é o sniper (atirador) e o outro é o spotter (observador); os dois se revezam nas posições para que ambas as doutrinas sejam dominadas. Os atiradores começaram realizando tiros a 100 metros de distância em um alvo denominado P4, que tem o formato de uma pessoa. O objetivo é acertar em um ponto específico da cabeça para que o inimigo caia sem fazer movimento. Depois, os alunos executaram tiro em alvos em movimento e, em seguida, praticaram tiros de 300 a 800 metros de distância, que é a capacidade máxima do armamento utilizado, mirando em alvos metálicos de 50x70cm. “Em uma situação real, não se orienta que o sniper atire a menos de 300 metros do alvo, pois vai denunciar sua posição”, diz o Tenente.
O Tenente Bauer explica que a maior dificuldade do tiro de precisão é a atenção que o sniper precisa ter a diversos aspectos ao mesmo tempo, como controle da respiração, não mexer outros músculos que não o dedo indicador, apertar o gatilho lentamente para evitar gatilhada – quando o gatilho é acionado sem cuidado e a arma aponta para a esquerda no momento do tiro.
“O curso é bastante exigente, os níveis de acerto precisam ser próximos de 100% e os alunos são avaliados a cada nova atividade. Tivemos quatro desligamentos nessa edição”, explica o coordenador.
FONTE: SCS BINFAE-CO