F-X2 – Caçada bilionária

Por Carlos Eduardo Valim, De Estocolmo

O governo da Suécia e a mais poderosa família do país estão eufóricos com o maior contrato da Saab desde a segunda guerra. A venda dos caças Gripen para a Força Aérea Brasileira projeta negócios de até  US$ 45 bilhões

Mais antigo parque de Estocolmo, o Kungsträdgarden – Jardim do Rei, em português – recebeu esse nome porque foi, durante o século 15, o pomar utilizado pela realeza sueca. Na época, os monarcas viviam no Palácio Real, que está separado do jardim apenas pelo canal Strömem. Hoje, no entanto, o maior símbolo do poder na Suécia se encontra ainda mais próximo do Kungstrãdgarden, em um pequeno e discreto prédio ao lado do parque, onde fica a sede da Investor, a holding dos negócios da família Wallenberg. A mais poderosa dinastia empresarial do país nórdico dos últimos 150 anos controlou praticamente todas as grandes marcas locais, como Saab, Ericsson, Electrolux, ABB, e SKF, além de deter participações importantes no laboratório AstraZeneca e na gigante de papel e celulose Stora Enso. Não existe paralelo, no mundo ocidental, de um único clã, seja o dos Rockefeller, nos Estados Unidos, seja dos Agnelli, na Itália, que detivesse tanta influência na economia de um país.

Apesar da abrangência dos investimentos dos Wallenberg, uma empresa se destaca no portfólio comandado atualmente pela quinta geração da dinastia e liderada pelos primos Marcus e Jacob Wallenberg: a fabricante de equipamentos de defesa Saab. Depois que a montadora automobilística Volvo foi vendida – primeiro para a Ford e depois, em 2009, para os chineses da Geely -, a Saab se tornou o maior orgulho industrial da nação escandinava. Desde a sua origem, a Saab é um empreendimento dessa família de origem judaica. Em 1937, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o Parlamento sueco decidiu pela construção de uma empresa de aviões de combate. Então, Marcus Wallenberg, o avô homônimo do atual presidente do conselho de administração da Saab, firmou, com um aperto de mãos com o rei, o compromisso de criar a empresa. Em 1940, o bombardeiro B-17 já estava no ar, fazendo o seu primeiro voo.

No entanto, nenhum dos contratos conquistados pela companhia desde essa época têm o gigantismo do acordo firmado com a Força Aérea Brasileira, que comprará 36 caças Gripen NG por US$ 5,4 bilhões, obtido após uma acirrada disputa com potências da indústria aeronáutica, como a americana Boeing e a francesa Dassault.

Essa nova versão dos aviões será desenvolvida em conjunto com empresas brasileiras lideradas pela Embraer. Eles serão entregues entre 2019 e 2024. Mediante um projeto de transferência de tecnologia para o Brasil, cerca de 15 aeronaves serão montadas pela companhia de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, incluindo oito unidades de dois lugares, um modelo criado especialmente para o Brasil. “Ficou bem claro para nós, desde o primeiro dia, que o País quer entender como usar a tecnologia para continuar avançando tecnologicamente”, disse à DINHEIRO Marcus Wallenberg, neto do fundador e chairman do grupo. “Nós podemos ajudar o Brasil nessa ambição.” A estratégia não só renova a centenária relação próxima das empresas suecas com o Brasil, em especial por meio das empresas de Wallenberg, mas também inaugurará uma nova fase no comércio entre os dois países. “O Brasil será o principal polo industrial da Suécia. Temos mais investimentos em São Paulo e Curitiba do que em cidades daqui”, afirma Wallenberg.

O bilionário dos caças envolveu-se pessoalmente na negociação do acordo e pressionou sua equipe para que o contrato fosse assinado rapidamente, ainda em 2014, para dar início aos trabalhos conjuntos dos engenheiros suecos e brasileiros. “Não queríamos perder tempo. Nem dinheiro”, justificou. O negócio foi assinado em outubro, na sexta-feira anterior ao segundo turno da eleição presidencial, e divulgado na segunda-feira seguinte, após a vitória de Dilma Rousseff. O governo sueco se comprometeu com o financiamento total do projeto, caso necessário. “O acordo é amplo”, disse em encontro com jornalistas brasileiros Stefan Löfven, o primeiro-ministro da Suécia, que assumiu o cargo em outubro deste ano. “A montagem da aeronave no Brasil vai tornar a relação mais próxima entre os dois países.

”O compromisso de longo prazo e a criação de uma estrutura de fornecedores brasileiros pode, inclusive, tornar a fabricante sueca dependente das empresas locais. Líder do partido social-democrata, Löfven reconhece que a transferência tecnológica deve levar à perda de alguns empregos industriais suecos para o Brasil, mas que o movimento era necessário, para estimular mais negócios internacionais e a inovação tecnológica. “Somos um país muito pequeno”, afirma. “Precisamos da abertura para mercados internacionais.”

Gripen D em Linkoping

Para se ter ideia da importância do projeto de desenvolvimento dos Gripens NG, basta conhecer alguns números. O Ministério da Defesa sueco estima que investirá entre US$ 12 bilhões e US$ 13,5 bilhões nos novos Gripen, pelas próximas três décadas. Já a Saab emprega mil funcionários para o desenvolvimento dos caças. Tudo isso também vai se refletir em negócios no Brasil. A Saab prometeu investir US$ 150 milhões para montar uma estrutura de fornecedores e de pesquisa e desenvolvimento no setor aéreo em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O investimento será feito em conjunto com a empresa local Inbra Aerospace e com a Akaer, de São José dos Campos, que já teve 15% de seu capital adquirido pela Saab. “Estamos começando uma jornada em conjunto entre os dois países”, diz Hakan Buskhe, CEO da Saab. “Há no Brasil uma imensa capacidade de receber a transferência de tecnologia, pela força da Embraer e de outras empresas.”

SALTO TECNOLÓGICO

A expectativa é de que o contrato propicie um grande salto tecnológico na indústria aérea brasileira. “O Brasil já usou muito inteligentemente transferências de tecnologia”, diz Jan Germundsson, presidente de parcerias industriais da Saab. A Embraer se tornou globalmente competitiva por meio de duas transferências tecnológicas anteriores. Isso aconteceu graças a contratos estabelecidos com empresas italianas, para o programa dos aviões Xavante, nos anos 1970, e o AMX, nos 1980. Hoje, a Embraer é a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, com seus produtos servindo 86 companhias aéreas em 57 países, e mais de 800 jatos executivos entregues. “Todo processo de transferência de tecnologia tem o seu valor, mas não é possível fazer comparações entre eles”, diz Jackson Schneider, presidente da divisão de defesa e segurança da Embraer. Em especial, por se tratar da área militar, o potencial de criação de tecnologias com aplicações importantes no futuro é enorme. A Suécia conhece bem isso. Por exemplo, a área de radares de identificação por micro-ondas da Ericsson, que hoje pertence à Saab, deu origem ao negócio de antenas de transmissão de sinais de voz entre telefones móveis que fez da Suécia uma das líderes desse setor.

Mas há impactos positivos mais imediatos para a indústria brasileira. Está em curso um plano de desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores, em São Bernardo do Campo, ainda hoje o principal polo da indústria automobilística brasileira e que abriga outra empresa dos Wallenberg, a Scania. Engenheiros especializados atuarão na São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas (SBTA), que será criada para prover as partes estruturais do Gripen NG, como fuselagens dianteira, traseira e asas, e será formada com 60% de participação da Inbra e 40% da Saab. “A SBTA deve servir como uma fornecedora da primeira camada, que ainda não existe no País”, diz Bengt Jáner, diretor-geral da Saab no Brasil. “Ela vai criar e coordenar uma cadeia de fornecedores.” Com isso, estima-se a criação de cinco mil empregos industriais na cidade, ajudando a compensar as perdas de postos de trabalho nas montadoras, nos últimos anos. Tudo isso pode mudar, se a região não conseguir fornecer a mão de obra qualificada exigida.

Para evitar problemas do gênero, já está em operação na cidade o Centro de Inovação e Pesquisa Sueco-Brasil (Cisb). “Nunca vi nada igual em termos de assistência ao pesquisador, tanto operacionalmente como na geração de oportunidades para continuar os trabalhos depois do fim do programa”, afirma a engenheira Patrícia Nascimento, que fez pós-doutorado no Royal Institute of Technology, com uma bolsa financiada por CNPq, Cisb e Saab. Durante seis meses, a partir de setembro de 2013, ela estudou em Estocolmo uma metodologia para comunicar conhecimento tático, desenvolvida pela Saab, e agora trabalha para adaptar a teoria para a realidade brasileira.

Com todas essas ramificações, o projeto do Gripen NG deve garantir a participação do Brasil em versões futuras da aeronave. Está nas pranchetas dos desenvolvedores da Saab um modelo Gripen voltado para o mar e até um sistema não tripulado. Mas mesmo as vendas mais imediatas conseguidas para a versão NG trarão lucros ao Brasil. Em especial, para a Embraer, que foi alçada à condição de parceira preferencial na busca de novos contatos para os caças suecos. A expectativa é de que o Brasil utilize a sua influência econômica e política junto a países do Hemisfério Sul que estejam avaliando a compra de caças. “O Brasil tem muito mais poder em sua região do que um pequeno país distante como o nosso pode ter”, diz Buskhe, CEO da Saab. O exemplo principal é o da Argentina, que já demonstrou interesse em aquisições de aviões de combate. “Nos próximos 20 anos, podemos vender entre 300 e 450 caças no mundo”, diz Ulf Nilsson, chefe da divisão de aviação da Saab, contabilizando uma participação de mercado de, pelo menos, 10% nas concorrências internacionais. Como cada avião custa em torno de US$ 100 milhões, o Brasil fará parte de um negócio que deverá garantir entre US$ 30 bilhões e US$ 45 bilhões em encomendas para a Saab, nas próximas duas décadas. Como contrapartida, a Embraer ganhará uma importante aliada para vender o seu recém-lançado cargueiro KC-390, já que a Força Aérea Sueca avalia substituir, nos próximos anos, sua frota de oito Lockheed C-130 Hercules.

INTERCÂMBIO

A transferência de conhecimento já começou. Às margens do gélido lago Vánern, o maior do país, está localizada a Base Sakaraborgs, da Força Aérea Sueca, na cidade de Satenas. Foi de lá que partiram os primeiros voos pilotados por brasileiros a bordo de um Gripen, no dia 19 de novembro. Por 50 minutos, o comandante paulista Gustavo de Oliveira Baschotto e seu colega mineiro Ramón Lincoln Santos Forneás sobrevoaram o Mar Báltico. Os dois foram escolhidos para um treinamento especial entre todos os pilotos da Força Aérea Brasileira, em um processo de seleção que levou seis meses. “Devemos aprender a comandar os caças suecos e irradiar o conhecimento no Brasil”, diz Baschotto. Dessa forma, os brasileiros se juntarão aos tchecos, húngaros, sul-africanos, tailandeses e, é claro, aos suecos, entre as nacionalidades que utilizam o Gripen. Não muito longe de Satenas, a 260 quilômetros, fica Linkõping (pronuncia-se Linxópin). Ela abriga a fábrica de aviões da Saab, que receberá 150 engenheiros vindos do Brasil.

A cidade de Llnköping se prepara para receber os 150 engenheiros e as suas famílias. Nos próximos anos. A expectativa é de um grande impacto na pequena cidade de 150 mil habitantes. Os brasileiros matricularão os filhos nas escolas locais, se integrarão à comunidade e ajudarão a movimentar a economia, compensando o medo de perda de empregos na cidade com a transferência de parte da produção dos Gripens para o Brasil. Quando voltarem para casa, para cada seis engenheiros brasileiros um sueco os acompanhará. Será a vez de os suecos garantirem que os conhecimentos adquiridos serão aplicados nas empresas brasileiras, e que a transferência tecnológica está sendo, de fato, cumprida. Ao fim do processo, suecos e brasileiros terão desenvolvido uma nova geração do avião, que terá mais capacidade de carregar armas, maior alcance de voo e melhorias no sistema de aviônica, a eletrônica do jato. A versão brasileira ainda terá sistema de aviso por laser e uma tela única de comando. O usual, nos jatos atuais, é ter três telas pequenas. Para a Saab, será importante que todo o processo funcione bem. Há uma década, o governo sueco era responsável por 70% das encomendas da empresa. Hoje representa 30%. No ano passado, o faturamento com os Gripen garantiu apenas US$ 800 milhões do faturamento de US$ 7,2 bilhões da Saab. E o investimento na criação de uma nova geração de jatos dependerá, substancialmente, dos recursos vindos do Brasil. A Suíça, que também planejava comprar Gripens, saiu do projeto, depois de a compra de 22 jatos, por US$ 3,5 bilhões, ser vetada por um plebiscito popular, em maio deste ano.

Capitão Ramon Fórneas antes do treinamento na Suécia – Foto FAB

Para compensar a perda, o governo sueco está pedindo ao Congresso um aumento de 10% do orçamento para a da em Defesa. “Na lei orçamentária sueca, o Gripen é considerado segurança nacional”, diz Peter Hultqvist, ministro da Defesa. Tudo isso acontece num momento em que a Suécia precisa reforçar sua capacidade de dissuasão militar. O motivo é bem conhecido. A Rússia aumentou as atividades no Mar Báltico, depois do início dos conflitos na Ucrânia. Nos últimos meses, a Força Aérea da Suécia registrou inúmeros casos de aviões russos voando próximos do país com radares desligados, para não serem percebidos, e até de um objeto submarino que se aproximou da capital, Estocolmo.

Outra fonte de financiamento do projeto deve vir com contratos que outras divisões da Saab vislumbram no Brasil. A empresa j á forneceu radares para a Embraer, e pretende integrar mais sistemas a aviões da companhia brasileira. A empresa sueca pretende fornecer também radares ao Sisgaaz, um sistema de monitoramento da Marinha brasileira que exigirá investimentos de R$ 10 bilhões. E ainda tem interesse em participar de projetos navais futuros, uma vez que comprou, em julho deste ano, a fabricante de submarinos Kockums. Os desdobramentos da compra dos caças pelo Brasil prometem ser profundos e se estender por décadas. Bem ao gosto da família Wallenberg. “Às vezes, somos criticados pelos investidores de private equity, mas as nossas duas empresas mais antigas, o banco SEB e a Atlas Copco, são as de maior valor de mercado”, diz Marcus Wallenberg.

“Acreditamos que negócios são coisas de longo prazo.” Prova disso é a Ericsson, uma das joias do grupo, que opera no País há um século. Através da Saab, a ideia é que a relação comercial entre Brasil e Suécia se renove para sobreviver por muito mais tempo.

“O DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA É A ÚNICA FORMA DE COMPETIRMOS”

Marcus Wallenberg – FOTO: swisssamba.ch

Marcus Wallenberg, presidente do conselho de administração da Saab, falou à DINHEIRO em Estocolmo. Confira a entrevista:

Qual é a expectativa da Saab com o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff?

Se as empresas em que estamos envolvidos perceberem uma oportunidade de investir, elas farão isso. Sabemos que muitos países, como o Brasil, têm consciência de como é importante criar empregos para continuar se desenvolvendo economicamente. Então, não tenho razão para acreditar que o governo não será muito favorável para os negócios. Estou certo que, se nos encontrarmos daqui a três ou cinco anos, perceberemos que o projeto de fornecimento dos caças Gripen criará mais negócios entre os dois países. Essa é minha esperança, minha ambição e minha aspiração.

Há alguns anos, só se falava nos BRICS e agora isso ficou para trás. Eles ainda trazem boas oportunidades de negócios?

Nós, europeus ocidentais, assim como os americanos, subestimamos o poder do Hemisfério Sul. Fiz parte do comitê do governo sueco para a globalização. Logo chegamos à conclusão que 99,9% da população mundial está fora da Suécia, mas parece que é o contrário, pelo tom do debate aqui. Subestimamos a importância do crescimento populacional. No entanto, sempre haverá ciclos econômicos. Você nunca poderá se livrar do sobe e desce da economia. Os BRICS continuarão sendo uma importante força no desenvolvimento do mundo. Em algum ponto, eles voltarão a receber uma visão mais positiva. É mais uma questão de se retomar a confiança e os negócios. Precisamos nos lembrar que viemos de uma crise financeira mundial, e vivemos numa sociedade globalizada. Está muito claro que o Brasil tem uma grande força econômica, de um tamanho que não posso ver em outros lugares. No longo prazo, sou muito otimista.

A família Wallenberg tem como política investir diretamente apenas na Suécia. Mas as empresas que os senhores controlam fazem investimentos em companhias internacionais, como o da Saab na brasileira Akaer. Há expectativas de mais negócios nessa direção?

Pode ser. No caso da Saab, a entrada no Brasil exige o desenvolvimento da tecnologia local. Será decisivo estimular uma relação de codesenvolvimento com o Brasil. Olhando da perspectiva sueca, o desenvolvimento da tecnologia é a única forma de competirmos. Temos dez milhões de habitantes e dependemos de exportações, mesmo sem contarmos com uma estrutura de custos como a da China. Então, só a inovação nos salva.

Por que os negócios da família chegaram tão rapidamente e se desenvolveram tanto no Brasil?

Cheguei a conversar isso com o meu avó, porque ele era muito envolvido em levar a relação Brasil e Suécia adiante. Acredito que, na primeira parte do século 20, todo mundo percebeu o potencial da América do Sul, especialmente do Brasil, que é uma nação amigável e aberta. Então, as empresas suecas se sentiram muito bem recebidas desde o começo. A Ericsson foi uma pioneira e incentivadora desse processo. Ela chegou muito cedo ao Brasil, assim como na China e nos EUA, na virada para os 1900. Como já disse, a população da Suécia é pequena. Então, somos completamente dependentes dos negócios com o resto do mundo. Somos neutros, e só queremos fazer negócios. Os vikings já eram negociadores, não apenas guerreiros.

“TEMOS MUITO EM COMUM COM O BRASIL”

Stefan Löfven – Foto Anders Löwdin

Stefan Löfven, primeiro-ministro da Suécia, falou à DINHEIRO. Confira:

Como o sr. avalia o acordo da Saab com o Brasil?

Estamos convencidos de que é um bom negócio para o Brasil. Além de ser uma excelente aeronave, trata-se de uma cooperação muito boa e ampla, de ciência e comércio, entre dois países. Temos muito em comum com o Brasil.

Existe uma preocupação na Suécia de que o acordo faça o país perder empregos?

Somos um país muito pequeno. Precisamos de abertura. Sim, se perdem alguns empregos. Mas também temos uma redução da equipe de produção quando um produto fica velho.

Para um país com tantos problemas de desigualdade como o Brasil, esse investimento não pode soar exagerado?

É claro que, até mesmo para nós, seria melhor não ter nenhuma arma e investimento militar. Mas a realidade não é assim. Vamos aumentar nossos gastos militares nos próximos anos.

Preocupação com a Rússia?

Observamos que a Rússia aumentou a sua capacidade militar, nos últimos anos. Não significa que sentimos uma ameaça imediata. Mas devemos considerar o que se passa nas áreas ao redor, na Ucrânia. A União Europeia deixou claro que a anexação da Crimeia foi uma quebra da lei internacional. Além disso, acompanhamos o que acontece no Mar Ártico. É uma área que se tornará mais importante, porque será uma nova rota de comércio.

A Suécia pode reavaliar sua relação com Otan?

Não. Dissemos na nossa declaração de governo que não vamos pedir para sermos membros da Otan. Deixamos isso bem claro, porque há países da nossa região que não são membros da Otan. Então, vamos ficar assim.

FONTE: Isto É DINHEIRO

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