Por Seth Robson
TÓQUIO – Exercícios militares entre os Estados Unidos e seus aliados no Pacífico Ocidental, tanto em andamento quanto futuros, enviam uma mensagem à China, para que não faça nenhum “movimento” voltado para o público interno, de acordo com um especialista em segurança americano da Nova Zelândia.
A Força Aérea dos EUA está prestes a lançar o Cope North, um exercício de combate aéreo em larga escala, com emprego de força e ajuda a desastres, com o Japão e a Austrália, que envolverá mais de 2.000 missões em Guam e arredores, anunciaram as Forças Aéreas do Pacífico em comunicado no sábado.
Aviões de combate de todas as três nações participarão de missões de apoio aéreo aproximado, de acordo com o comunicado. Eles também praticarão reabastecimento aéreo. “Essas missões de treinamento terminarão com um grande exercício de emprego de força destinado a aumentar a prontidão e a interoperabilidade entre os três países”, disse o comunicado.
A interoperabilidade descreve a capacidade das forças armadas de um país de usar os métodos de treinamento e equipamentos militares de outro país.
Os exercícios seguem o exercício do posto de comando Keen Edge 2022 da semana passada, envolvendo forças americanas e japonesas no Japão, e o treinamento de assalto anfíbio do exercício 2022, envolvendo marinheiros e fuzileiros navais dos EUA e forças locais nas Filipinas.
Os exercícios enviam uma mensagem à China, disse o especialista em segurança da Nova Zelândia Paul Buchanan na segunda-feira.
Problemas internos, como interrupções econômicas e de fornecimento e surtos de coronavírus, podem transformar poderosas facções chinesas contra o presidente Xi Jinping, previu Buchanan. O líder chinês não deixa Pequim há 700 dias, informou a Foreign Policy na sexta-feira.
“O que os líderes autoritários fazem quando estão preocupados com os desafios internos?” perguntou Buchanan. “Eles fazem algo lá fora para distrair a atenção.”
Os EUA e seus aliados estão ansiosos para impedir a China de fazer qualquer movimento no Mar do Sul da China ou além, disse ele. “A possibilidade de Xi intencionalmente… usar o conflito para desviar a atenção de seus problemas internos aumentou dramaticamente”, disse ele. “Esses exercícios aumentam a dissuasão.”
O exercício Cope North, que vai de quarta-feira a 18 de fevereiro, começa com treinamento de assistência humanitária e socorro a desastres, de acordo com um comunicado das Forças Aéreas do Pacífico.
O treinamento será realizado na Base Aérea de Andersen e no Campo Noroeste em Guam; a Comunidade das Ilhas Marianas do Norte, incluindo Rota, Saipan e Tinian; Palau e os Estados Federados da Micronésia, disse o comunicado.
Mais de 2.000 missões estão planejadas em sete ilhas e 10 aeródromos. Mais de 2.500 aviadores, fuzileiros navais e marinheiros dos EUA treinarão ao lado de cerca de 1.000 do Japão e da Austrália. Aproximadamente 130 aeronaves de mais de 30 unidades voarão no exercício, disse o comunicado. O treinamento começa quando os exercícios no Japão e nas Filipinas terminam.
Marinheiros e fuzileiros navais e tropas filipinas dos EUA encerrarão o Marine Exercise 2022 nas Filipinas na quarta-feira. As forças, que começaram a treinar na quinta-feira, envolveram treinamento de navios de guerra no mar, disse a Embaixada dos EUA nas Filipinas em seu site na sexta-feira.
O treinamento inclui desembarques na praia, busca e apreensão de embarcações inimigas e movimentação de tropas e equipamentos, disse o comunicado.
Os navios de guerra dos EUA participantes incluem o USS Essex, o USS Portland e o USS Pearl Harbor transportando tropas da 11ª Unidade Expedicionária da Marinha.
O Keen Edge, que começou em 23 de janeiro e termina na quinta-feira, envolve 500 militares dos EUA e 1.380 soldados japoneses na Base Aérea de Yokota e outros locais no Japão, juntamente com a Base Aérea de Hickam, no Havaí. O objetivo é aumentar a prontidão para o combate e a capacidade das forças americanas e japonesas de trabalharem juntas.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Star and Stripes