EUA endurecem concorrência contra cargueiro da Embraer

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Por Assis Moreira

LISBOA – Os Estados Unidos entraram com força na competição com o Brasil para a venda de seis cargueiros militares para Portugal, num pacote de dezenas de milhões de dolares.

A Embraer está na briga com seu KC390, da qual uma parte é inclusive produzida em sua usina de Évora, em Portugal. Com a empresa brasileira trabalham outras 16 companhias portuguesas, o que significa que a encomenda poderia beneficiar também a indústria portuguesa.

Ocorre que Washington ofereceu ao governo português um pacote financeiro considerado extremamente interessante, que inclui não só a venda dos seis cargueiros em condições vantajosas, fabricados pela Boeing, como a reforma dos aparelhos Hercules da Força Aérea Portuguesa que estão em má situação e mesmo a reforma de base aérea no país.

O vice-presidente brasileiro, Michel Temer, levantou o tema em conversa hoje com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, enfatizando a importância da encomenda para a Embraer, empresa que produz também em Portugal.

O chefe de governo português, porém, nada comentou. A expectativa em Lisboa é de que Portugal decida pelo ganhador da concorrência até o começo de maio.

Passos Coelho recebeu carta da presidente DIlma Rousseff convidando-o para uma cúpula no Brasil, que poderia ser realizada até julho. No caso de a Embraer ganhar, uma possibilidade seria o anúncio ocorrer nessa reunião.

Para Temer, em todo caso, “é mais do que natural que se a Embraer está a produzir aviões aqui em Portugal, que Portugal compre aviões da Embraer e espero que isso venha a acontecer”.

Tal como outros 30 países, Portugal assinou uma carta de intenção de compra do KC-390, de até seis jatos.

Sobre o interesse de empresas brasileiras na privatização da TAP, Michel Temer disse que “este é um assunto de interesses privados”, mas acrescentou que “o que temos feito no Brasil é incentivar as empresas aéreas brasileiras a interessarem-se por esta privatização, assim fiz com a TAM, assim fiz com a Gol e assim fiz com a Azul e sei que a Avianca também esteve a participar neste encontro (de empresários em Lisboa)”.

FONTE: Valor Econômico

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