Resultado só não melhor por causa das restrições da Anac, diz empresário. Uso em propriedades rurais e de mapeamento industrial são o foco do setor
Por Daniel Bittencourt
No início, em 2009, a empresa era focada na construção e programação de drones. A partir de 2012, ampliou o leque de atuação e começou a prestar treinamento para pessoas que queiram operar as máquinas. Atualmente, é referência no país e trabalha em conjunto com empresas de tecnologia de fora do Brasil.
“Ficamos um ano pesquisando. Eu e meu sócio Carlos Henning somos empreendedores natos. Pelo convívio com o mercado interno e externo, temos essa facilidade. E a ideia surgiu naturalmente”, explica ao G1 Bogdawa.
A empresa que começou pequena já cresceu, mas não como os sócios vislumbravam. A utilização civil e comercial dos vants ainda é proibida pela Agencia Nacional de Aviação (Anac), o que dificulta a vida dos empresários e de todo o segmento. Para Bogdawa, a indefinição da Anac trava o setor. “Nosso faturamento não é mais alto por causa das restrições. É por isso que fizemos uma proposta em janeiro deste ano para que em 2014 a gente possa ter alguma luz no fim do túnel. Há uma demanda grande no agronegócio e no mapeamento geológico. A Anac tem entendido estes problemas e estamos em tratativas”, afirma.
Em nota, a assessoria de comunicação da Anac afirma que a tendência é que o desenvolvimento de tecnologias e técnicas venha a fornecer comprovações que permitam efetiva utilização dos drones. Mesmo não existindo restrição à compra de um drone por um cidadão, instituição ou empresa, sua operação depende de autorização específica da Anac.
O certificado de autorização de voo experimental (Cave) só é concedido após comprovações por parte do interessado, com o objetivo de zelar pela segurança na aviação. A licença, no entanto, permite apenas operações experimentais sobre áreas não densamente povoadas, ou seja, não permite operações com fins lucrativos nem operações em áreas urbanas.
Para o uso comercial de drones, a Anac libera autorizações dependendo de cada caso, desde que o requerimento destaque as características da operação pretendida e do projeto do drone. Ainda em nota, a Anac afirma que até o fim de 2013 será desenvolvida uma proposta de regulamentação para operações não experimentais de Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas civis em áreas segregadas. Será feita uma audiência pública ainda sem data marcada para discutir o caso.
Agronegócio e empresas de energia são o foco do setor
Enquanto aguarda a regulamentação, o setor busca formas alternativas para se manter. No caso da SkyDrones, os equipamentos desenvolvidos são basicamente para fotografia industrial e uso em forças públicas, como a polícia e o Exército. Estes equipamentos são multirotores quadricópteros e hexacópteros que pesam entre 300g a 4kg. São usados para captar imagens de pontos de interesse local como em passeatas ou para levantar informações topográficas.
“Sobrevivemos basicamente de projetos feitos em parceria com universidades e instituições de ensino. O mercado hoje praticamente não existe. Já participamos junto à Defesa Civil em alagamentos e em parques públicos para identificar focos de incêndio e para monitorar atos de vandalismo em reservas. Também já atuamos em testes de monitoramento dentro de estádios e em vistorias de navios atracados em portos”, explica Bogdawa.
Mas a expectativa para o futuro é de crescimento. A atuação em inspeções industriais e no agronegócio continuam sendo o foco. O último projeto, que está em fase final do desenvolvimento, é um vant agrícola chamado Zangão, que capta imagens de plantações ou construções. As imagens são transformadas em mapas georreferenciados, que podem ser usados para ajudar na admistração da lavoura, para saber onde pode ser feita a colheita ou onde é necessário o uso de pesticidas, por exemplo.
“Para alavancar o negócio, sempre buscamos investimentos, mas é preciso que as pessoas enxerguem o mercado de maneira positiva”, explica.
A SkyDrones têm alianças com empresas da Alemanha, Coreia do Sul, Estados Unidos, Suécia e China para fornecer tecnologia aviônica e componentes para produzir e comercializar sua atual e futura linha de produtos.
FONTE: G1