Embraer e Akaer vencem seleção pública do MCTI para projetos SARP

Albatross, modelo de UAS desenvolvido pela Akaer

Por Xandu Alves

Empresas do Vale do Paraíba estão na liderança de dois projetos estratégicos para a indústria aeronáutica do Brasil e também para o setor de defesa nacional.

Com sede em São José dos Campos, a empresa Akaer foi a vencedora nas duas linhas temáticas da seleção pública do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para projetos de inovação em Plataformas Demonstradoras de Novas Tecnologias Aeronáuticas.

A Embraer foi a vencedora principal na temática 1, a de “aeronave demonstradora de tecnologias com foco no transporte de passageiros”.

EVE

Nesta mesma linha, a Akaer foi a segunda vencedora e vai participar por meio de sua unidade de negócios Equatorial Sistemas, que é uma das coexecutoras do projeto, tendo a Embraer como a vencedora do certame.

De acordo com o MCTI, o objetivo é o desenvolvimento de aeronave que integre propulsão elétrica ou híbrida, para transporte de passageiros sem a presença de tripulantes, ou seja, de forma autônoma. Tripulante é a pessoa que exerce função a bordo da aeronave durante o tempo de voo, como o piloto e o copiloto.

 

Ecossistema Aeronáutico

Segundo a Akaer, o projeto tem o objetivo de desenvolver e validar um conjunto de plataformas demonstradoras de novas tecnologias, que “visa acelerar e incrementar ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para o ecossistema aeronáutico brasileiro”.

A Equatorial fornecerá a bateria para a propulsão elétrica da aeronave utilizando células eletroquímicas de última geração e sistema de gerenciamento eletrônico avançado.

O recurso previsto pelo MCTI para a linha temática 1 é de R$ 120 milhões, que poderá ainda ser suplementado em função de acréscimo de recursos orçamentários e financeiros. De acordo com as regras do governo federal, a Embraer e a Akaer terão que aportar 50% e 25% do valor da subvenção, respectivamente, dentro do projeto.

Avião Remoto

Na linha temática 2 (Aeronave demonstradora de tecnologias remotamente pilotada e com peso máximo de decolagem maior que 150 kg), a Akaer foi a vencedora principal da seleção, tonando-se a líder executora do projeto. O investimento previsto no projeto é de R$ 20 milhões.

“Isso comprova, mais uma vez, a competência e dedicação de todos os profissionais envolvidos”, informou a empresa.

UAS Albatross da Akaer

A Akaer usará sistema de propulsão elétrica híbrida com células de hidrogênio para voo horizontal e bateria eletroquímica para decolagem e pouso verticais.

O projeto prevê também a operação BVLOS (Beyond Visual Line of Sight) para aumentar o alcance do voo além do horizonte, assim como o teste e validação de múltiplos subsistemas viabilizadores do voo autônomo (sem piloto).

Em cooperação com o Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia do Senai na Bahia, segundo a Akaer, o projeto integrará um sistema para teste e validação de tomada de decisão autônoma em tempo real baseado no sensor LIDAR (Light Detection and Ranging).

Para a empresa, as seleções são um “incentivo às empresas brasileiras em seus trabalhos de pesquisa, desenvolvimento e aplicação de tecnologia avançada”.

Em 2022, a Akaer completou 30 anos de contribuição para o desenvolvimento de tecnologias de ponta para os setores de Defesa, Aeroespacial e Indústria 4.0. A empresa possui sede em São José dos Campos e escritórios comerciais em outros dois países.

AKAER

A participação da Akaer nos dois projetos lançados pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) para as aeronaves sem piloto é considerada estratégica para os planos da empresa, que é sediada em São José dos Campos.

Segundo o CEO da AKaer, Cesar Silva, os projetos vão acelerar o desenvolvimento da empresa nas áreas de fontes alternativas limpas de propulsão para veículos aéreos de passageiros e no desenvolvimento de aeronaves não tripuladas usando propulsão elétrica hibrida com células de hidrogênio.

Para ele, os projetos significam para o Brasil um “avanço extraordinário, colocando o país no mesmo estágio de países que atuam no estado da arte da tecnologia, além de participar ativamente da redução de emissão de carbono e atender os objetivos traçados pela comunidade internacional em relação às preocupações com as mudanças climáticas”.

Qual a importância desses dois projetos em que a empresa venceu a seleção?

César Silva, CEO da Akaer – Extremamente importante, pois acelera o desenvolvimento que a Akaer já vem fazendo nas áreas de fontes alternativas limpas de propulsão para veículos aéreos de passageiros e no desenvolvimento de aeronaves não tripuladas usando propulsão elétrica hibrida com células de hidrogênio com alcance ampliado de voo além do horizonte (BVLOS) e sistema para tomada de decisão autônoma em tempo real (LIDAR).

Haverá aporte de dinheiro na empresa para esses dois projetos? De quanto?

César Silva, CEO da Akaer – Sim, o valor requerido no reporte é de 25% em relação ao valor de subvenção.

Para o futuro da nossa aeronáutica, o que significam esses dois projetos?

César Silva, CEO da Akaer – Significam um avanço extraordinário, colocando o país no mesmo estágio de países que atuam no estado da arte da tecnologia, além de participar ativamente da redução de emissão de carbono e atender os objetivos traçados pela comunidade internacional em relação às preocupações com as mudanças climáticas.

FONTE: O VALE

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