“Todo o cliente é muito importante para a empresa e, principalmente, se nós tivermos Portugal, que faz parte da conceção e da fabricação do avião. Seria muito relevante que essa compra fosse efetivada”, afirmou Paulo Marchioto, em entrevista à agência Lusa.
O responsável da Embraer em Portugal argumentou que o cargueiro militar KC-390 é um avião “projetado para o futuro” e para “atender às necessidades do mercado”, pelo que a empresa confia “plenamente” que “vários países” o “vão utilizar nas suas missões”.
Questionado sobre se acredita na aquisição da aeronave por parte de Portugal, para substituir os atuais aviões Hércules C-130 da Força Aérea, Paulo Marchioto admitiu estar “torcendo muito” para que tal aconteça, mas escusou-se a comentar, em detalhe, esse processo.
“Essa questão da comercialização é uma tarefa da nossa unidade de Defesa e Segurança [uma das unidades de negócio do grupo Embraer], juntamente com o Governo português. Eu não tenho dados”, limitou-se a acrescentar.
Portugal está envolvido no projeto do KC-390 através do Centro de Excelência para a Inovação e Indústria (desenvolvimento e testes) e das unidades da Embraer no país: as OGMA, em Alverca, e as fábricas de Évora (construção de componentes).
Tal como outros 30 países, Portugal assinou uma carta de intenção de compra do KC-390, de até seis jatos.
O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, afirmou, no passado dia 04, que a decisão para aquisição das aeronaves, para a Força Aérea, pode vir a avançar este ano.
José Pedro Aguiar-Branco, que falava numa audição na comissão parlamentar de Defesa, revelou que o ministério aguarda uma proposta de preço e sobre as capacidades das aeronaves por parte da Embraer, não existindo “condições neste momento para tomar uma decisão”.
“O que é importante é que há condições para que eventualmente em 2015 se tome uma decisão do ponto de vista político e financeiro”, afirmou Aguiar-Branco.
A nova aeronave da empresa brasileira, a terceira maior construtora aeronáutica do mundo, foi apresentada oficialmente (“roll-out”) a 21 de outubro do ano passado e realizou este mês, no dia 03, com sucesso, o seu primeiro voo (para avaliação da qualidade e desempenho).
“Foi muito gratificante vermos o maior avião da Embraer fabricado até hoje a voar com partes e peças fabricadas em Évora”, algumas delas “peças significativas e estruturais importantes”, realçou à Lusa Paulo Marchioto.
O primeiro voo de um avião “é uma coisa única” e o fabrico desses componentes “com a mão-de-obra local”, das unidades inauguradas em Évora a 21 de setembro de 2012, “foi muito importante”, constituindo “uma marca que vai ficar para estas fábricas da Embraer em Portugal”, congratulou-se o responsável.
O KC-390, segundo a Embraer, é um avião que poderá ser usado para o transporte e lançamento de cargas e tropas, reabastecimento aéreo, busca e resgate e combate a incêndios florestais.
FONTE: Observador