Por Andrea Rothman
O Airbus A320, com capacidade para transportar 150 pessoas, chegava de Barcelona a 1.600 metros de altitude quando o piloto viu o drone do lado esquerdo do avião. Ele desconectou o piloto automático e adotou uma ação evasiva, disse o BEA, órgão que investiga acidentes aéreos na França, sobre o incidente, que ocorreu em 19 de fevereiro.
O órgão informou que iniciará a primeira investigação avançada da França sobre uma aproximação perigosa com drone. Esses incidentes vêm se tornando cada vez mais comuns. A Grã-Bretanha, por exemplo, registrou 23 casos de quase acidentes entre 11 de abril e 4 de outubro do ano passado. Houve sete apenas em dezembro e quatro deles tiveram classificação de sério risco de colisão.
Com o aumento do número dos chamados incidentes de aproximação aérea, os pilotos estão fazendo lobby para que os drones sejam integrados de forma segura ao espaço aéreo público ou proibidos. A Associação Britânica de Pilotos defendeu em janeiro um sistema de registro para que os operadores de drones infratores sejam identificados e processados mais facilmente.
Falha não controlada
Em um caso recente, um drone quase colidiu com um Boeing 737 que decolava do London Stansted e outros incidentes sérios foram registrados nos aeroportos de Manchester, London City e London Heathrow, maior hub aéreo da Europa.
Os drones não estão autorizados a voar perto de aeroportos e também não têm permissão para voar sobre áreas residenciais acima dos 150 metros de altitude. O BEA não informou quantas pessoas estavam a bordo do avião da Air France, nem o tamanho do drone.
Um estudo recente da empresa Aero Kinetics sugeriu que uma falha não controlada, na qual o metal expelido pela turbina pode comprometer a integridade da aeronave, tem mais probabilidade de ocorrer no caso de um drone ser engolido pelo motor de um avião do que no caso de colisão com uma ave.
FONTE: Bloomberg
FOTO: Ilustrativa