DIA DA AVIAÇÃO DE PATRULHA

BRASÍLIA, 22 DE MAIO DE 2014.

O estado era de beligerância. O primeiro Batismo de Fogo da Força Aérea Brasileira, nos idos de 42, envolvendo as Forças Aliadas e os países do eixo no litoral de nosso país, mantém até hoje acesa a chama do idealismo que permeia o espírito da Aviação Militar no Brasil. O legado audacioso e perspicaz dos nossos heróis que dedicaram todas as suas habilidades intelectuais, físicas e mentais em prol de objetivos profícuos elevaram aos ares mais altos os resultados obtidos em diversos cenários de combate.

Os pilares de uma instituição forte e coesa são os homens e as mulheres que nela labutam e que por ela dão seu suor e sangue, almejando sempre o sucesso da missão a eles atribuída.

A Força Aérea Brasileira conta com um seleto grupo de pessoas que há muito estão comprometidas em garantir a soberania nacional num imenso e inóspito ambiente, onde muitas horas se passam sem que a paisagem mude e a presença das Forças Armadas é fundamental para que nossas riquezas não sejam ameaçadas. Esse cenário é a vastidão do mar azul.

E é nesse cenário que a Aviação de Patrulha atua, passando muitas e muitas horas em um longo voo solitário e carregado de grande responsabilidade. E, se no presente a imensidão é sem fim, no passado parecia ainda maior, razão pela qual reverenciamos a gloriosa história desta Aviação, enaltecendo os homens que fizeram parte dessa história e, principalmente, os que doaram suas vidas no cumprimento desta missão. 
22 de maio de 1942!

O Capitão Affonso Celso Parreiras Horta, no comando do B-25 MITCHELL, afunda um submarino alemão, entre o Arquipélago de Fernando de Noronha e o Atol das Rocas.

Por esta razão, comemora-se nesta data, o dia da Aviação de Patrulha. 

Ainda em 1942, uma aeronave VULTEE, decolando da Base Aérea de Canoas, infligiu danos a outro submarino no litoral de Santa Catarina. No ano seguinte, em 1943, foram realizados nove ataques a submarinos inimigos. 

Foi neste contexto que o Major-Brigadeiro do Ar TAUNAY, Patrono da Aviação de Patrulha, realizou 67 missões, voando nas aeronaves A-28A Hudson e PBY-5 Catalina. Seu batismo de fogo ocorreu no dia 30 de outubro de 1943, quando fazia, no avião Catalina PBY-5, uma missão de cobertura aérea de comboio. Ao avistar um submarino inimigo, ao largo de Cabo Frio, realizou ataque com bombas de profundidade e tiros de metralhadora, tendo enfrentado reação antiaérea. O avião foi atingido no motor, na fuselagem e na empenagem, e dois tripulantes foram feridos pelos tiros da artilharia antiaérea.

Por tamanha bravura, ele recebeu do Ministro da Aeronáutica, Dr. Joaquim Pedro Salgado Filho, a seguinte mensagem de louvor: “Tomando conhecimento da parte relativa ao ataque feito a um submarino inimigo, no dia 30 de outubro findo, por um avião da Unidade Volante da Base Aérea do Galeão, tenho grande satisfação em louvar o Capitão Aviador Dionisio Cerqueira de Taunay, comandante do avião, e sua tripulação pela bravura com que, evidenciando mais uma vez a eficiência da Força Aérea Brasileira, se conduziram no Combate travado e que resultou no afundamento do submarino”.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, cerca de 30 navios brasileiros haviam sido atacados pelas forças do Eixo, sendo 17 em águas territoriais brasileiras. Um considerável número de militares da FAB tiveram suas vidas sacrificadas, mas, certamente, esse número teria sido muito maior se a Aviação de Patrulha não tivesse atuado com profissionalismo e comprometimento no cumprimento das missões, naquele significativo momento histórico.

Os relatos posteriores dos submarinistas inimigos afirmavam que a presença de aviões sobre as águas impossibilitava sua observação na superfície e, por conseguinte, sua movimentação tática, fazendo-os retroceder. Estas informações nos dão uma pequena noção do quão importantes foram os feitos da nossa Aviação, resguardando vidas de brasileiros e a soberania da Pátria.

Décadas se passaram e a Aviação de Patrulha Marítima deu outra grande contribuição para a FAB, qual seja, o desenvolvimento da Guerra Eletrônica, que teve início em 1987, com a realização do primeiro curso de Guerra Eletrônica da FAB nas dependências do 1º/7º GAV. Anos mais tarde, este Curso foi transferido para o Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE), onde até hoje é ministrado sob a denominação de Curso Doutrinário de Guerra Eletrônica.

Em razão desse desenvolvimento doutrinário da Guerra Eletrônica, muitos dos oficiais envolvidos nesse processo contribuíram para a criação do Núcleo do Centro de Combate Eletrônico, mais tarde denominado Centro de Guerra Eletrônica do COMGAR, setor responsável por um grande impulso dos estudos e desenvolvimento nesse segmento na Força Aérea Brasileira.

Importante também ressaltar as ações de Busca e Salvamento, realizada por nossas aeronaves, que são dotadas de uma capacidade inigualável de localização de embarcações e pessoas em perigo no ambiente marítimo.

Atualmente, a Amazônia Azul e suas riquezas do Pré-Sal trazem uma visibilidade nunca antes experimentada, atrelada a responsabilidades do mesmo quilate. 

As aeronaves P-3AM colocam a Patrulha no patamar das mais completas aviações do mundo, resgatando a operacionalidade e alavancando novas doutrinas de operação, assim como os aguerridos P-95 Bandeirulha, que hoje estão sendo modernizados para melhor cumprir suas missões.

Patrulheiros!

Nesta data em que comemoramos o Dia da Aviação de Patrulha, que possamos todos reverenciar o passado de glórias, vislumbrando o que o futuro nos reserva. O desafio de serem os guardiões de uma vasta porção de oceano em uma nação de proporções continentais é, sem dúvida, imenso. 

Estou seguro de que, mesmo sendo a vastidão dos mares sem fim, muito maior é a vontade dos Patrulheiros de ontem, de hoje e de sempre, que com o olhar audaz, continuarão firmes no cumprimento da missão. 

JAJUKÁ PIRÁ WAÍ!!!
PATRULHA!!!

Tenente Brigadeiro do Ar NIVALDO LUIZ ROSSATO
COMANDANTE-GERAL DE OPERAÇÕES AÉREAS

dia da patrulha

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