O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, participou das comemorações do Dia da Aviação de Caça Brasileira, nesta sexta-feira (22), na Base Aérea de Santa Cruz, Rio de Janeiro. Na ocasião, houve entrega de medalhas e troféus a pilotos e unidades que se destacaram durante o ano de 2015. Também houve desfiles militares – inclusive com a presença de participantes das batalhas ocorridas na Itália em 1945 – e exibição de coordenação de movimentos com o uso de baionetas.
Foi lida a Ordem do Dia assinada pelo tenente brigadeiro do ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira, comandante-geral de Operações Aéreas. Ao contar as histórias de combate dos aviadores brasileiros em solo europeu, o chefe militar lembrou-se da última missão como sendo o dia mais dramático. “Das quatro aeronaves, três retornaram. Ao mergulhar sobre um alvo, seguindo seu líder, um dos pilotos foi atingido e teve que saltar de paraquedas, ficando desaparecido até o final da guerra. Essas emoções incomparáveis foram vividas por jovens pilotos brasileiros, heróis que honraram o nome do Brasil e da então jovem Força Aérea Brasileira”.
Para ele, hoje, “vivemos um estimulante desafio com a implantação da ‘Força Aérea 100’, cuja premissa básica aponta para uma organização mais ágil e mais eficiente, tanto no planejamento quanto na execução das suas atividades, adequando-se às prováveis limitações de recursos e às incertezas do ambiente externo, sem perder qualidade no cumprimento de sua missão constitucional”.
O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, destacou que a instituição “reúne a virtude, as qualidades e exigências contemporâneas para garantir os desafios da defesa do espaço aéreo, das águas jurisdicionais e da nossa pátria. Temos a opção do País pela convivência pacífica, mas essa não é escolha unilateral. Pode ser interrompida pelo infortúnio do destino”.
Aldo ressaltou que, quando foi criada, “a Força Aérea Brasileira já tinha um acúmulo de conhecimentos e combates, devido à experiência na Itália. Hoje, temos que atualizar as respostas às necessidades e dar continuidade do estado da arte da aviação de caça, com equipamentos à altura e constante aperfeiçoamento dos aviadores. Reconheço esta instituição como fundadora do Brasil moderno, que está destinada a participar com destaque na construção de um país avançado, econômica, científica e socialmente”.
Veterano
Agraciado com 63 comendas e primeiro brasileiro a receber uma medalha do Congresso dos Estados Unidos, na próxima segunda-feira, 25, ele será nomeado diretor de relações públicas da Ordem do Mérito da França, e deixa uma pergunta: “Quando haverá uma guerra justa, em que o homem venha a se conciliar com o homem, na cultura e na riqueza?”.
Homenagem
Durante a celebração do Dia Nacional da Aviação de Caça, o ministro e os comandantes locais da Força Aérea Brasileira depositaram flores no túmulo do primeiro comandante do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1°GAVCA), o então major-aviador Nero Moura. O dia 22 de Abril é celebrado porque foi nesse dia, no ano de 1945, que a Aviação de Caça brasileira realizou o maior número de surtidas na Itália: foram 44 missões de guerra, tendo destruído mais de 100 alvos.
Na oportunidade, o tenente coronel de aviação Rubens Gonçalves, comandante do 1°GAVCA, fez pronunciamento onde relatou o histórico do surgimento do grupo e destacou que “coube-nos, assim, a honra de sermos a primeira Força Aérea Sul-americana a batalhar nos céus europeus. ‘Antes de entrar em ação, aqui no velho mundo, o 1° Grupo de Caça cumpre o sagrado dever de plantar em território inimigo a Bandeira do Brasil’, afirmou à época o major-aviador Nero Moura, o 1° voluntário a compor a unidade que iria combater nos céus da Itália”.
A Força Aérea Brasileira realizou, durante a comemoração, uma demonstração operacional com o emprego de unidades aéreas de combate. Foram lançadas 12 bombas de 500 libras e rajadas de canhões de 30 mm a partir das modernas aeronaves brasileiras A-1M e F-5M. Todas atingiram os alvos, que foram destruídos. Após o emprego de suas bombas, os F-5M fizeram o lançamento de flare, demonstrando a capacidade de autodefesa contra os mísseis de guiagem infravermelha.
Operaram as aeronaves F-5M o Primeiro Grupo de Aviação de Caça, do Rio, os Grupos de Aviação sediados em Manaus (AM) e Canoas (RS), e o Grupo de Defesa Aérea de Anápolis (GO). Com a modernização realizada pela Embraer, as aeronaves F-5M geraram uma nova concepção de emprego para a FAB, inserindo-a no que há de mais moderno na aviação militar mundial. A aeronave A-1M destaca-se pela excelente autonomia e grande capacidade de carga bélica. Todos os armamentos empregados na demonstração operacional são de fabricação nacional.
Clique para ler o discurso na integra do Ten Cel Rubens Gonçalves, comandante do 1ºGAvCa
FONTE: MD
NOTA DO EDITOR: Agradecemos a colaboração de nosso amigo Marco Ferreira, pelas belas imagens captadas por ocasião do aniversário da Aviação de Caça na Base Aérea de Santa Cruz-RJ.