Defesa enquadra Marinha, que desiste da ideia de reduzir jornada de trabalho

Logo MD

Comunicado distribuído aos militares definia que eles não trabalhariam às sextas-feiras para cortar gastos

BRASÍLIA — A Marinha do Brasil recuou da polêmica decisão de reduzir a jornada de trabalho em um dia da semana, como chegou a ser divulgado em comunicado interno para os militares. Em resposta aos cortes de orçamento que atingem o Ministério da Defesa, a Marinha chegou a decidir pela redução da jornada. A medida durou menos de 24 horas, por decisão do Ministério da Defesa. No Exército e na Aeronáutica, a redução da jornada está em estudo como forma de reduzir gastos.

“A Marinha esclarece que, em virtude das restrições orçamentárias em curso, considerou, como uma das medidas de economia a ser adotada, a redução da jornada de trabalho. Após análise e consonante com as novas tratativas com o Ministério da Defesa, tal medida não será adotada”, diz nota do Centro de Comunicação Social da Marinha divulgada no início da noite desta terça-feira, 30.

O dia de folga seria a sexta-feira e a medida já começaria a valer nesta semana, a partir do dia 2. As exceções apontadas no comunicado seriam os servidores das organizações militares das áreas de saúde, ensino, Programa do Submarino Nuclear e Programa Nuclear da Marinha. O comunicado interno que chegou a ser divulgado ainda ressalta que órgãos de direção devem adotar medidas de economia e cumprir as metas estabelecidas diante dos cortes orçamentários. A reação negativa da medida no Ministério da Defesa levou o comando da Marinha a recuar da decisão.

A Defesa foi a segunda pasta mais afetada nos dois cortes no Orçamento da União de 2013 anunciados pelo governo federal. No anúncio de maio, dos R$ 28 bilhões a serem cortados, R$ 3,67 bilhões se referem à Defesa, valor de corte inferior apenas da previsão de redução de gastos do Ministério das Cidades. Na semana passada, o governo anunciou uma nova redução no Orçamento, no valor de R$ 10 bilhões. O Ministério da Defesa terá menos R$ 919 milhões para seus gastos. Ao todo, a pasta terá R$ 4,58 bilhões a menos.

A redução das jornadas de trabalho está em análise nas outras duas Forças Armadas. O Exército estuda o impacto dos cortes no Orçamento do Ministério da Defesa e pode adotar “medidas adicionais”, segundo o Centro de Comunicação Social do Exército. O centro não nega que a redução da jornada é uma das medidas estudadas, mas também não dá detalhes sobre o que poderá ocorrer. Uma definição está prevista para a próxima semana.

A Aeronáutica também avalia a possibilidade de redução da jornada de trabalho dos militares. “A Força Aérea está estudando as medidas que se fizerem necessárias e divulgará oportunamente”, diz o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, que não detalha quais são as medidas nem descarta a hipótese de uma jornada de trabalho menor na Força Aérea.

FONTE: O Globo

Sair da versão mobile