Quatro aeronaves participantes da CRUZEX Flight 2013 ainda não decolaram, e ninguém quer vê-las voando. São helicópteros H-60 Blackhawk, H-1H e H-34 Super Puma, além de um avião SC-105 Amazonas, todos da Força Aérea Brasileira. O motivo pelo qual todo mundo deseja que elas não saiam do chão é o fato dessas aeronaves estarem de alerta para atuar em caso de algum acidente e ser necessária uma missão de busca e salvamento.
De prontidão 24 horas por dia, as aeronaves de alerta SAR (sigla do termo inglês “Search And Rescue”) estão prontas para decolar em apenas 20 minutos caso ocorra algum acionamento. Mas o Capitão Luís Lopes, responsável pelo setor de busca e salvamento da CRUZEX, garante que, em média, as tripulações conseguem realizar a decolagem entre 10 e 12 minutos após a sirene tocar. “Nosso planejamento está direcionado para a otimização máxima do tempo. No salvamento, a rapidez é elemento essencial. Cinco minutos podem fazer a diferença para a vida de alguém”, lembra.
A partir de Natal, o H-1H e o H-60 Black Hawk, dos Esquadrões Hárpia e Falcão, podem realizar resgates a mais de 200 quilômetros de distância, sobre a terra ou na água. “Com o H-60 a gente ainda tem a vantagem de operar com visão noturna e não perder capacidade de busca e salvamento quando anoitece”, comenta o Capitão Michelson Abrahão Assis, que é piloto de Blackhawk.
Já em Caicó, cidade do interior do Rio Grande do Norte, que está bem no centro da área onde ocorrem os combates simulados, um H-34 Super Puma do Esquadrão Puma está de sobreaviso. A aeronave pode realizar resgates a até 250 km de distância. Comandante da tripulação de alerta do Esquadrão Puma na cidade, o Capitão Axel Cézar explica que a localidade foi escolhida por estar na área onde há o maior número de missões. “A região é a mais estratégica para receber a aeronave de alerta. Esse tipo de missão exige eficiência, quanto mais próximos estivermos da ação, melhor”, completa.
Já a partir da Base Aérea do Recife, um SC-105 Amazonas do Esquadrão Pelicano pode ser utilizado para missões de busca. A aeronave é capaz de realizar voos com mais de seis horas de duração e possui uma tripulação de até dez militares, o que inclui observadores treinados para localizar aeronaves desaparecidas.
Além de manter as aeronaves em alerta, o setor de busca e salvamento da CRUZEX Flight 2013 também elaborou planos de reação e já tem até o planejamento de para onde eventuais sobreviventes de acidentes aeronáuticos seriam enviados após o resgate. De acordo com o Capitão Luís Lopes, uma missão de busca também inclui o envolvimento de equipes que trabalham na área de controle de espaço aéreo. “Temos sempre um militar acompanhando cada minuto da ação com os softwares mais precisos para a operação. Em caso de necessidade, acionamos as aeronaves e coordenamos a recolocação daquelas que estiverem envolvidas no exercício”, explica.