Croácia critica reação da NATO após aparelho não tripulado ter sobrevoado Estados-membros

“Não podemos tolerar esta situação, nem deveria ter acontecido”, afirmou o primeiro-ministro croata, no local onde caiu o aparelho aéreo não tripulado.

A Croácia criticou este sábado a OTAN pelo que disseram ser uma reação lenta ao voo de um aparelho aéreo não tripulado desde a zona de guerra na Ucrânia sobre vários Estados membros da organização, despenhando-se numa zona urbana de Zagreb.

“Não podemos tolerar esta situação, nem deveria ter acontecido”, afirmou o primeiro ministro croata, Andrej Plenkovic, ao visitar o local do embate do aparelho aéreo não tripulado, noticia a agência Associated Press (AP).

O aparelho não tripulado atravessou a Romênia e a Hungria antes de entrar na Croácia no final de quinta-feira, acabando por se despenhar num campo perto de um dormitório para estudantes. O impacto danificou cerca de 40 carros, mas não provocou feridos.

A OTAN afirmou que tinha rastreado o trajeto, mas o primeiro-ministro disse que as autoridades do país não tinham sido informadas e que a Aliança apenas reagiu depois de questões colocadas pelos jornalistas.

“Esta foi uma ameaça pura e dura e, tanto a OTAN como a União Europeia, deveriam ter reagido”, sublinhou Plenkovic.

O chefe do Governo croata assinalou que se trata de um aparelho de reconhecimento, um Tupolev Tu-141, da era soviética, e que voou mais de 40 minutos sobre a Hungria e seis a sete minutos sobre a Croácia.

O primeiro-ministro referiu que apenas uma investigação poderá determinar quem lançou o aparelho – se russos ou ucranianos, sendo que os dois países negam ter lançado o equipamento.

Especialistas militares citados pela AP referem que a Ucrânia é o único operador conhecido, atualmente, do Tupolev Tu-141, um aparelho que tem uma envergadura de quase quatro metros e que pesa cerca de seis toneladas.

A Croácia, país membro da OTAN desde 2009, encontra-se a cerca de 550 quilómetros (em linha reta) do território ucraniano, alvo de uma ofensiva militar russa desde 24 de fevereiro.

FONTE: Lusa

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