Por Renata Agostini e Herton Escobar
Os recursos executados pelo MEC referem-se principalmente ao pagamento de bolsas e outros mecanismos de apoio à pós-graduação nas universidades públicas, responsáveis pela maior parte da produção científica nacional. Outros 20,6% são executados pelo MCTIC, 10,6% pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e 6,1% pela pasta da Saúde, segundo o diagnóstico do documento.
“Isso precisa ser totalmente reorganizado. É algo que Jair Bolsonaro tem perfeita visão”, diz Marcos Cintra, da Finep. “Não se trata de beligerância ou militarismo. As grandes descobertas tecnológicas vieram com pesquisas oriundas de interesses militares: a internet, o GPS, a ultrassonografia, para ficar em alguns exemplos.” Em países de referência, segundo ele, o investimento em inovação na área militar chega a 20%.
O plano prevê a “priorização” de tecnologias vistas como “portadoras do futuro”, como nanotecnologia, robótica, pesquisas agropecuárias e espaciais. Propõe a identificação dos setores para os quais cada universidade e centro tecnológico apresenta vocação, e o planejamento de recursos para pesquisa “de acordo com os setores mapeados”.
“A política de fomento precisa ter foco”, afirma Cintra. O plano propõe a criação de um Conselho de Inovação, ligado à Presidência da República e “com peso majoritário do setor empresarial”.
Contrariando uma das principais demandas da comunidade científica, o documento não prevê a recriação de um ministério exclusivo para o setor (o MCTI foi fundido com a pasta de Comunicações em 2016). Em vez disso, ele ganharia mais um adendo ao nome: Empreendedorismo.
FONTE: Terra
NOTA DO EDITOR: Apesar do tema ser político, pedimos aos leitores que se abstenham de comentários partidários. Caso desejem comentar que se atenham ao tema da reportagem, que trata de investimentos na área científica com benefícios no segmento Militar. Desde já o DAN agradece a compreensão.