A nova relação que está sendo construída pelo Brasil e a Suécia por meio dos caças, segundo o ministro, é de longo prazo. Deverá se estender pelos próximos 30 anos. “O Gripen representa mais do que a venda de um caça. Está muito relacionado à geração de empregos, de recursos e de tecnologias”, ressaltou.
O desenvolvimento conjunto dos aviões com o Brasil, segundo ele, vai permitir ainda que a Suécia reduza os custos de investimento no projeto, além de promover uma parceria promissora com a Embraer, uma das empresas aeronáuticas mais importantes do mundo.
Para cobrir a saída da Suíça do programa – que em maio anunciou o cancelamento da compra de 22 caças Gripen NG da fabricante Saab -, o Ministério da Defesa sueco solicitou recursos adicionais para o projeto ao governo.
“Solicitamos 2 bilhões de coroas suecas para o projeto em 2014 e mais 900 milhões para 2015. Na lei do parlamento sueco, o Gripen é considerado equipamento de segurança nacional”, revelou Hultqvist, otimista com a aprovação dos recursos.
O ministro disse que a existência de novos parceiros para o programa do caça é positiva e revelou que tem tentado uma aproximação maior na área de defesa com outros países da América Latina, como o Chile. “O ministério apoia a busca por novos parceiros pela indústria sueca”, comentou.
Sobre a negociação que envolve uma solução interina para o Brasil, com o envio de caças Gripen da geração atual C/D até que os novos sejam entregues, o comandante da Força Aérea Sueca (SwAF), general Micael Byden, disse que não podia dar detalhes, pois as discussões ainda estão em andamento.
A possibilidade de aquisição do jato de transporte militar KC-390 pela SwAF, segundo o comandante, seria uma alternativa muito interessante para a substituição das atuais aeronaves C-130 Hércules da frota SwAF, mas ainda não existe uma decisão sobre o tema. “Ainda estamos avaliando se iremos fazer a modernização de cinco aeronaves ou se é melhor comprar novas”, disse.
Byden esteve no Brasil recentemente para assistir a apresentação oficial do KC-390 pela Embraer, em Gavião Peixoto. “Trata-se de uma aeronave muito boa e a Embraer tem cumprido com tudo aquilo que prometeu. Vamos aguardar o primeiro voo, previsto para o final do ano e também analisar a questão dos custos de operação para podermos avaliar melhor essa questão”, afirmou.
O ministro Hultqvist comentou ainda que a preocupação com os conflitos entre a Rússia e a Ucrânia fez com que o governo sueco solicitasse ao parlamento do país a possibilidade de um incremento de 10% no volume de recursos na área de defesa, para a compra de equipamentos e também para o aumento do número de efetivo na proteção das fronteiras.
“A proposta que apresentaremos ao parlamento em março será feita com base em dois estudos que fizemos sobre as claras evidências da necessidade de aumentar os recursos operacionais para a área de defesa”, destacou. O Ministério da Defesa sueco, acrescentou, tem um orçamento previsto de aproximadamente 47 bilhões de coroas suecas para os anos de 2014 e 2015.
FONTE: Valor Econômico por Virgínia Silveira.
FOTO: MilanN, ilustrativa