Após série de protótipos, país chega a modelo pronto para entrar em produção
Por Roberto Godoy
É uma máquina de guerra espetacular, desenvolvida em apenas cinco anos, a contar do voo do primeiro protótipo, em 2011. Um caça de 5° geração, invisível aos sistemas de detecção conhecidos – radar, feixe de laser, onda sônica – ao nível do modelo russo T-50 e com “grande possibilidade” de chegar ao padrão de sofisticação do F-22 Raptor, americano, muito avançado, de acordo com o relatório anual da Fundação Jamestown, de Washington, que analisa o balanço das relações militares dos EUA e demais potências.
O projeto nasceu ambicioso, no final dos anos 90. Sabe-se pouco sobre ele. As especificações iniciais citam velocidade máxima na notável faixa dos 3 mil km/hora, com capacidade para manter durante longo período o deslocamento supersônico, a 2.400 km/h e altitude de 20 mil metros. O modelo visto há uma semana é o nono construído, e provavelmente a unidade de pré-série.
A aeronave incorpora várias soluções aerodinâmicas e revela que os sistemas de armas, cerca de sete toneladas de mísseis e bombas inteligentes, mais o canhão de 23mm, estão todos instalados em compartimentos internos. As câmaras se abrem no momento do lançamento, reduzindo o sinal eletrônico do jato.
Radares. Os recursos de furtividade parecem produzir bons resultados. Há três anos, protótipos decolam equipados com um dispositivo que emite um sinal expandido, destinado a revelar a presença e a posição do J-20. O projeto, entretanto, enfrenta problemas. A China não tem ainda o motor adequado ao caça e usa turbinas russas AL-31F.
Desde 1997, a indústria batalha no desenvolvimento de um conjunto próprio, de alta potência, o WS-15, que deve gerar até 18,5 toneladas de empuxo. A estimativa é de que a meta seja atingida em 2017.
Uma manobra intermediária pode estar em curso. Recentemente, os governos da China e da Rússia anunciaram negociações para o fornecimento de um lote de 24 a 36 caças Sukhoi-35S, os mais modernos do arsenal russo. Os aviões serão entregues com motores Saturno AL-41F15, de última geração. O contrato prevê acesso à tecnologia dos propulsores, o que pode acelerar o projeto local.
Nos EUA, o advento do caça chinês despertou atenção. O Pentágono, no Relatório Anual ao Congresso, define o J-20 como “eficiente plataforma de longo alcance”. Para o analisa privado Loren Thompson, “o maior risco está na capacidade (do J-20) de atacar furtivamente objetivos em alta mar, a grande distância”, referência às flotilhas navais lideradas pelos porta-aviões nucleares americanos.
FONTE: O Estado de SP
FOTOS: Ilustrativas