O Brasil tem reafirmado seu papel de liderança e protagonismo na aviação civil mundial. A mais nova prova disso é a candidatura do Brigadeiro do Ar Ary Rodrigues Bertolino ao cargo máximo da maior entidade do segmento: Secretário-Geral da Organização de Aviação Civil Internacional – OACI, também conhecida por sua sigla em inglês ICAO, agência das Nações Unidas formada por 193 países e responsável por promover o desenvolvimento seguro e ordenado da aviação civil mundial, por meio do estabelecimento de normas e regulamentos necessários para a segurança, eficiência e para proteção ambiental.
Sua indicação pode, portanto, consagrar a trajetória bem-sucedida do Brasil no controle de tráfego aéreo e o país como uma das principais lideranças no mundo na aviação civil internacional.
Conhecido por sólida experiência na área, visão ampla do setor, liderança, bom trâmite internacional e bom humor, Brigadeiro Bertolino ocupa hoje o posto de assessor aeronáutico da Delegação Brasileira na OACI, em Montreal, no Canadá e de Representante Alterno no Conselho da OACI. Sua candidatura ao cargo máximo da instituição se deu em função do seu conhecimento em administração de organizações complexas nos âmbitos regional, nacional e internacional, em recursos humanos, computacionais e financeiros em benefício dos Estados Membros da Organização.
Destaque internacional
Ao todo, são mais de 24 anos dedicados à OACI, exercendo, entre outros cargos, a vice-presidência do Grupo do Caribe a América Latina (LAC3) da CANSO, a relatoria do Grupo de Trabalho de Automatização e Base de Dados do Subgrupo AIS do Grupo Regional de Planejamento e Execução do Caribe e América do Sul (GREPECAS), além da atuação como membro do Painel para o Uso Aeronáutico da Internet Pública. Nos últimos quatorze anos, teve sob a sua supervisão a Agência Regional de Monitoração das Regiões do Caribe e América do Sul (CARSAMMA). Atualmente, exerce a função de Vice-Presidente do Grupo Regional de Planejamento e Execução do Caribe e América do Sul (GREPECAS).
Paralelamente, construiu sua trajetória como docente, instrutor, e assessor estratégico e chefe do Departamento de Efetividade Institucional do Colégio Interamericano de Defesa (IADC), em Washington DC – EUA.
Legitimamente brasileiro
Seu legado em solo e no céu brasileiro não é menos importante. Brigadeiro Bertolino já esteve à frente de diversos e relevantes projetos de desenvolvimento do tráfego aéreo no país: do planejamento de grandes eventos do Brasil como Rio + 20, Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo FIFA 2014 e Jogos Olímpicos 2016, implantação do Sistema SISNOTAM no Brasil e no Uruguai, depois participar da ativação do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), uma nova Unidade da Força Aérea, e da Central de Transporte de Órgãos do Ministério da Saúde dentro do CGNA, entre inúmeros outros projetos e iniciativas.
Parcerias
Desafios da aviação
Mas qual o futuro da aviação no mundo? Quais as pautas prioritárias que a OACI tem que abraçar nos próximos anos?
Para o Brigadeiro Bertolino, o segmento da aviação foi um dos mais impactos pela pandemia e deve ser um dos últimos a se recuperar, exigindo da OACI a condução do processo de retomada. “É um grande desafio trazer de volta a confiança do passageiro em suas viagens, mas precisamos de medidas para que isso aconteça de forma gradual e segura”, destaca.
Outra grande bandeira está relacionada ao descompasso da inovação e da criação de normas regulamentadoras para o setor. “A aviação tem como uma de suas características principais a inovação, contudo, ela anda em uma velocidade muito maior que o processo de criação ou alteração de uma norma. Não podemos esperar, por isso devemos adotar mecanismos para agilizar a incorporação das inovações tecnológicas às publicações da OACI, muitas vezes isso pode ser feito com mudanças simples, em um processo de decisão colaborativa”, explica Bertolino, ao ressaltar que ainda é importante considerar as especificidades, capacidade de investimento, e de demanda de tráfego de cada país.
A disseminação e a popularização dos drones também é uma pauta relevante. Segundo o Brigadeiro Bertolino, a OACI apresentou um estudo recentemente destacando que, em uma cidade como Paris, daqui a cinco anos, a expectativa diária de circulação é de mais de 87 mil equipamentos. “Será preciso a um bom planejamento para o gerenciamento desses drones no mesmo espaço aéreo que as aeronaves”.
O candidato à secretário-geral na ICAO pontua também o novo cenário que deve surgir com a implantação, por diversos países, do ADS-B Satelital (Sistema de Vigilância Dependente Automática por Radiodifusão) de aeronaves, para a vigilância global de tráfego aéreo. “Certamente será um tema palpitante da instituição nos próximos anos”.
Por fim, o Brigadeiro Bertolino elencou a questão do meio ambiente como uma pauta relevante para ser debatida entre os países. “Há uma necessidade de buscar uma equalização entre a importância da preservação do meio ambiente e a força econômica ligada às empresas e aos países”.
A eleição para a cargo de secretário-geral da OACI será realizada em Montreal, entre fevereiro e março de 2021. Brigadeiro Bertolino afirma que, caso conquiste o posto, terá como foco a resolução de questões internas e externas com ética e transparência, priorizando a motivação e o bom ambiente de trabalho na instituição e suporte total ao Conselho em sua missão de definir as políticas e estratégias. Fomentará uma maior participação feminina no staff da OACI. Outro ponto importante será dar representatividade a todas as regiões do mundo, dentro da OACI. Além disso, abrirá um amplo canal de diálogo com todos os stakeholders da aviação e adotar medidas para benefício de todos os Estados Membros.
O Brigadeiro Bertolino será o Secretário Geral de todos os Estados-Membros.
FONTE: Atech