BUSCA E RESGATE – Há 45 anos, a Força Aérea iniciava a maior operação já realizada no país

O Serviço de Busca e Resgate da Força Aérea Brasileira nasceu em 1947, quando um avião anfíbio CA-10 Catalina decolou em busca de uma aeronave do Correio Aéreo Nacional desaparecida no Pará, na região Norte do país. Não houve sobreviventes, mas foi a partir do episódio que surgiu em Belém, o Primeiro Centro de Coordenação de Busca e Salvamento do Brasil.

A primeira aeronave alocada exclusivamente para as missões foi um Catalina. “Nas bordas da asa, havia a pintura laranja e uma faixa retangular com a inscrição SAR-Belém”, afirma o Tenente-Coronel Aloysio Accioly de Senna, hoje com 88 anos. Controlador de tráfego aéreo, estava a bordo da primeira missão de busca. Foi um defensor e trabalhou pela criação do serviço na FAB, instituído na década seguinte. “Ser o pioneiro é motivo de orgulho, afinal não existe nada mais nobre do que salvar vidas”, diz.

A maior operação realizada pela Força Aérea até a década de 60 deu origem ao Dia da Aviação de Busca e Resgate (26 de junho). Nessa missão histórica, ocorrida em 1967, trinta aeronaves voaram mais de 1.000 horas para localizar na selva amazônica um C-47 que transportava um pelotão de Infantaria da Aeronáutica. Foram resgatados cinco sobreviventes do “FAB 2068”.

Vem dessa operação uma das frases mais importantes da Aviação de Busca e Resgate: “Eu sabia que vocês viriam”, dita por um dos sobreviventes do acidente com o avião FAB 2068.

Na atualidade, a maior operação de busca e resgate da América Latina ocorreu em 2009, após o acidente com o voo AF-447, ocorrido no meio do Oceano Atlântico. No total, foram realizadas 1.500 horas de voo – o equivalente a 62 dias e meio de modo ininterrupto no ar –, num trabalho que envolveu mais 300 militares da Força Aérea.

História – Em 1957, a Força Aérea criou o Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º), o Esquadrão Pelicano, unidade exclusiva para esse tipo de missão. Um dos lemas do esquadrão é nunca desistir de buscar sobreviventes. Em 55 anos de operação, a unidade realizou mais de 1.200 missões no Brasil e exterior.

Além da cor laranja, o símbolo do esquadrão de salvamento é um pelicano. A ave aquática representa a abnegação dos integrantes do grupo. Na Europa medieval, o pelicano era considerado um animal especialmente zeloso com seu filhote, ao ponto de, na falta de alimento, dar-lhe o próprio sangue.

Além do Esquadrão Pelicano, com dedicação exclusiva para a busca e resgate, todas as unidades aéreas da FAB, das Aviações de transporte, de Patrulha e de Asas Rotativas, estão treinadas para missões desse tipo. Em cada uma há equipes especializadas e prontas para serem acionadas.

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