Por Roberto Caiafa
A proposta orçamentária para o próximo ano encaminhada ao Congresso Nacional pelo presidente Michel Temer alguns dias antes do Desfile Cívico Militar da Independência prevê um aumento de R$ 11 bilhões (3.445 milhões de dólares) no orçamento da Defesa.
Isso significa que o setor passará a contar com R$ 93 bilhões contra os R$ 82 bilhões de 2015, um aumento de R$ 11 bilhões.
A indústria de defesa brasileira vê com otimismo esses números, já que está bastante envolvida nos grandes projetos das Forças Armadas e, de forma direta ou indireta, irá participar ativamente da cadeia de suprimentos.
No orçamento de 2017, será dada prioridade a continuidade dos Projetos Estratégicos. Das três Forças, a que obteve maior acréscimo em seu orçamento global
para 2017 foi o Exército Brasileiro, de R$ 34 bilhões em 2016 para R$ 40 bilhões no próximo ano.
O orçamento da Marinha subiu de R$ 20,6 bilhões para R$ 24,6 bilhões, e o da Aeronáutica subiu de R$ 18,9 bilhões para R$ 20,7 bilhões. Esses valores incluem despesas de custeio (pessoal ativo e inativo).
No caso do Exército, entre as prioridades em termos de investimentos está o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), com R$ 340 milhões e a aquisição de blindados, o projeto Guarani, com R$ 332 milhões. Aumentar o ritmo de entregas dos novos fuzis de assalto Imbel IA2 e outros equipamentos encomendados nos anos anteriores é outra necessidade.
A Força Aérea, após anunciar uma reformulação completa de sua estrutura organizacional, deverá continuar se preparando para colocar em serviço o caça Saab Gripen E BR (R$ 1,5 bilhão) e o jato de transporte Embraer KC 390 (R$ 200 milhões).
A entrega de até três Boeing 767-300ER destinado às operações de transporte estratégico e reabastecimento aéreo, denominado programa KCX, também teve recursos garantidos.
Na Marinha do Brasil, a prioridade é a continuidade das obras na Base de Submarinos e Estaleiro Naval de Itaguaí. Essa grande obra chegou a ter um orçamento previsto de R$ 1,5 bilhão em 2014, ano eleitoral, caindo para R$ 351 milhões em 2015.
Em 2017 esse valor será de R$ 614 milhões, além de R$ 364,5 para a construção do submarino de propulsão nuclear e R$ 1 bilhão para a construção de submarinos convencionais. O mantenimento das capacidades mínimas para a frota de fragatas, corvetas, patrulhas oceânicos e navios auxiliares enquanto não começa a construção das novas corvetas da Classe Tamandaré são outra prioridade.
Em 2017 também deverão ser definidas as obras de reforma a serem realizadas no NAe São Paulo (A 12), atualmente “parado” no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.
FONTE: Infodefensa