A cerimônia será na Embaixada do Brasil envolvendo funcionários da agência sueca de crédito à exportação, a SEK, e da Procuradoria Geral da Fazenda. O valor total é de cerca de US$ 5,4 bilhões, com oito anos de carência e 15 anos para o pagamento.
Há um mês, a operação esteve em risco: o setor econômico do governo pedia a revisão para baixo da taxa de juros, de 2,54% ao ano; propunha 2,19%. A empresa fornecedora dos aviões e da tecnologia que será repassada, a Saab, tentou uma negociação intermediária, sem sucesso. Com a discussão realizada diretamente entre governos, o processo resultou em um acordo no dia 28 de julho.
Para o ministro da Defesa, Jaques Wagner, principal negociador, o entendimento oficializado hoje encerra a “etapa de gabinete” e inicia “a fase da execução do contrato”. O parceiro nacional é a Embraer Defesa e Segurança. A empresa, segundo Wagner, já está preparando a infraestrutura da fábrica de Gavião Peixoto, a 300 km de São Paulo, para receber o programa. A primeira unidade será entregue em 2019 e a última, cinco anos depois.
O crédito cobrirá 100% do contrato comercial, sem a necessidade de pagamento de sinal. “A aprovação do projeto é uma decisão estratégica para garantir a soberania nacional do espaço aéreo brasileiro”, disse o ministro Jaques Wagner, lembrando que o pagamento efetivo do financiamento só ocorrerá após o recebimento da última aeronave previsto para 2024.
Com a decisão, a Força Aérea Brasileira (FAB) terá aeronaves de defesa e superioridade aérea compatíveis com a importância geopolítica do Brasil, abrindo as portas do mercado da América do Sul à Saab e às empresas brasileiras subcontratadas.
O financiamento permitirá a aquisição dos 36 caças Gripen NG, que atenderão às necessidades operacionais da FAB nos próximos 30 anos.
Por meio de um programa de transferência de tecnologia, com o Gripen NG o Brasil poderá deixar de ser comprador para se tornar fornecedor de aeronaves de combate de última geração. Anunciada em dezembro de 2013, a encomenda cobre suporte logístico e armamento.
O pacote prevê a fabricação de 15 das 36 unidades no Brasil, incluindo 8 unidades de dois lugares, para treinamento de pilotos e missões especiais. O modelo, criado para a FAB, será desenvolvido em parceria entre Saab e Embraer.
FONTE: O Estado de SP