O Brasil deve aproveitar a experiência adquirida durante os 13 anos de Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), assim como lições de outras operações mais recentes no mundo, para pensar o futuro de sua contribuição para as operações de paz.
A análise foi feita por representantes de ONU, academia e Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), do Ministério da Defesa, presentes em workshop ocorrido na segunda-feira (29) na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), no Rio de Janeiro.
O Brasil deve aproveitar a experiência adquirida durante os 13 anos de Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), assim como lições de outras operações mais recentes no mundo, para pensar o futuro de sua contribuição para as operações de paz.
A análise foi feita por representantes de ONU, academia e Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), do Ministério da Defesa, presentes em workshop ocorrido na segunda-feira (29) na Pontifícia Universidade Católica (PUC), no Rio de Janeiro.
“O Brasil é um país que, não só no âmbito das forças e missões de paz, tem um compromisso global no plano político, no desenvolvimento e nas operações humanitárias”, disse o diretor do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, durante o evento. “Isso é importante, porque quando há uma operação de paz, ela é apenas um dos componentes para levar estabilidade e prosperidade através da paz ao país”, completou.
Organizado pelo Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC-Rio, o workshop teve como objetivo analisar as recentes experiências brasileiras em treinamento para participação em operações de paz, assim como discutir o cenário após o encerramento da MINUSTAH, previsto para este ano.
Segundo Maíra Siman, pesquisadora do IRI/PUC-Rio, o Brasil vem se consolidando como um ator capaz de fornecer expertise para operações de paz, especialmente por meio de suas Equipes Móveis de Treinamento (EMT), criadas em 2014 e que já promoveram cursos preparatórios em países como Moçambique, Colômbia, Namíbia e Angola. Há expectativa de envio de equipes de treinamento para México e um acordo de cooperação com a Etiópia.
“É interessante ver as equipes móveis como gancho analítico para imaginar contextos possíveis para os próximos anos em relação à participação brasileira em outras operações de paz”, declarou Maíra.
De acordo com Danilo Marcondes, professor do IRI/PUC-Rio, as equipes móveis são um exemplo de Cooperação Sul-Sul em defesa. Ele enfatizou o maior interesse da academia no tema, demonstrado pelo lançamento no ano passado da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Operações de Paz (REBRAPAZ).
Para Giuliano, do UNIC Rio, o Brasil deve se basear não somente no aprendizado obtido na MINUSTAH, mas também em experiências mais recentes como MINUSMA (Mali), MONUSCO (República Democrática do Congo), UNAMID (Darfur), UNMISS (Sudão do Sul). “Não podemos ter um debate sobre missões de paz sem levar em conta as lições aprendidas nessas missões”, disse.
O Brasil já participou de mais de 50 operações de paz e missões similares, de acordo com o Ministério de Relações Exteriores, tendo contribuído com mais de 33 mil militares, policiais e civis.
Atualmente, o país participa com 1.279 militares – dos quais 23 são especialistas que não atuam em batalhões – e cinco policiais, segundo dados do Departamento de Operações de Manutenção da Paz da ONU (DPKO, na sigla em inglês). O Brasil tem participação em oito operações de paz, e ainda não há informações oficiais sobre eventual participação em futuras missões.
FONTE: ONUBR