“De 2009 até hoje, gastamos mais de US$ 5 milhões com uma série de visitas de militares brasileiros para fazer testes, entre outras coisas”, afirma Dana Dacharoeden, gerente o campanha F-X2 da Boeing. De acordo com ele, houve investimentos para enviar especialistas ao Brasil para explicar detalhes do Super Hornet.
O projeto F-X se arrasta desde o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). No segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto ganhou sufixo 2 e a disputa afunilou-se entre os norte-americanos, suecos e franceses. Em 2008, Lula chegou a dar uma declaração em favor da Dassault, mas ele terminou o mandato sem comprar os caças.
Com a manutenção de Nelson Jobim no Ministério da Defesa no começo da administração Dilma Rousseff, acreditava-se que os franceses se seriam confirmados como vitoriosos da licitação. No entanto, dois novos adiamentos para compra dos caças e saída de Jobim do governo reacenderam a disputa e motivaram a Boeing, que se mantém otimista na vitória da concorrência.
Além dos seus próprios esforços, Boeing tenta contar com a ajuda do governo norte-americano para convencer o Brasil a comprar os Super Hornets. Do ponto de vista diplomático, os Estados Unidos têm repetido que o Brasil tornou-se um aliado mundial do mesmo nível de Japão, Reino Unido e Alemanha.
Contudo, o principal ponto questionado no pacote da Boeing é a transferência de tecnologia. Os EUA têm de pedir autorização do Congresso norte-americano para repassar determinadas informações para outros países. O problema, no entanto, é que até agora não está claro o que de fato poderá ser compartilhado.
A transferência dos códigos fontes do caça norte-americano é outro ponto de discussão. Principal secretário assistente do Departamento de Estado dos EUA, Thomas Kelly afirma que nenhum aliado norte-americano recebe códigos fonte de aeronaves produzidas pelo País. “Não podemos dar código fonte para nenhum país”, afirma.