Por Rubens Barbosa Filho
O B747-8I é uma evolução do B747-400 e incorpora uma série de aperfeiçoamentos, muitos deles, sugeridos à Boeing pela própria Lufthansa, que foi a primeira empresa a operá-lo em termos mundiais.
A aeronave que pousou em 30 de março, foi a de matrícula D-ABYM (C/N 37837), nomeada “Bayern”, entregue à Lufthansa em 28/02/2014, sendo esta a décima recebida pela empresa alemã, de uma encomenda total de 19 unidades, e possui a configuração F8C80Y298.
Em 31 de Março, o DAN esteve presente na apresentação que a Boeing e a Lufthansa fizeram à imprensa, da aeronave de matrícula D-ABYD (C/N 37829), entregue em 24/08/2012 e nomeada “Mecklenburg-Vorpommern”.
A nova aeronave apresenta ganhos significativos em termos de eficiência ambiental. Os motores GEnx-2B, que produzem 66.500 Lbs de empuxo, consomem menos querosene e atingem um ganho de 15% em eficiência e redução das emissões de CO2 por passageiro. Adicionalmente, as emissões de ruídos são 30% menores do que os da versão anterior, o B747-400.
Em termos de capacidade, o incremento também é significativo. O novo Jumbo da Lufthansa tem 386 lugares, com oito assentos na First Class, 80 na Business Class e 298 na Econômica.
A bordo do novo Boeing 747-8 há muitas novidades para os passageiros, em especial, a nova Business Class que foi introduzida com a chegada do primeiro Boeing 747-8 em 2012, em um pacote de investimentos de €3 bilhões em melhorias de produtos de bordo até 2015.
A nova Business Class oferece aos passageiros o máximo conforto. Ao apertar um botão, os assentos viram camas totalmente horizontais, com 1,98 metro de comprimento. Telas de 15 polegadas oferecem um amplo leque de opções de entretenimento individual.
Na premiada First Class, agora localizada na parte dianteira da aeronave, os passageiros terão a oportunidade de experimentar um serviço extremamente personalizado, juntamente com uma grande variedade de bebidas e comidas de alto padrão. Cada um dos oito assentos da First Class reclina totalmente e se transforma em uma cama de 2,07 metros de comprimento e 80 centímetros de largura, proporcionando um profundo e relaxante sono.
Os assentos da Classe Econômica no Boeing 747-8 também foram aperfeiçoados para garantir uma experiência de viagem confortável, com telas individuais e programação on demand.
A aeronave anteriormente utilizada na rota, o 747-400, tinha capacidade total para 352 passageiros (8 passageiros na First Class, 66 na Business e 278 na classe econômica). Além da rota entre o Aeroporto de Frankfurt e São Paulo (Guarulhos), a nova aeronave já serve destinos como Washington, Deli, Bangalore, Los Angeles, Hong Kong, Cidade do México, Chicago e Seul.
Nils Haupt, diretor de comunicação corporativa para as Américas da Lufthansa, disse que a empresa vai utilizar aeronaves maiores como uma das ferramentas para elevar o ritmo de expansão no Brasil, de uma média anual de 20%, entre 2009 e 2013, para um patamar superior a 25%, no fim do ano que vem.
Aeroporto de Guarulhos – GRU Airport
Segundo a Presidente da Boeing no Brasil, Donna Hrinak, as negociações com as autoridades brasileiras para liberar as operações deste tipo de aeronaves, foram iniciadas em Dezembro de 2008 e “não foram nada fáceis”.
As restrições estão relacionadas às dimensões da aeronave (que tem 76,3m de comprimento e 68,50m de envergadura) em relação as dimensões das pistas de pouso e de taxiways, que devem comportar aeronaves deste porte.
O Aeroporto de Guarulhos é classificado na categoria “E” e segundo Antonio Miguel, Presidente da concessionária GRU Airport, que administra o aeroporto, foram realizados investimentos em sinalização, taxiway e área de estacionamento para poder receber a autorização da ANAC para a operação do B747-8I, o que só aconteceu agora.
Antonio Miguel salientou ainda que, pelo contrato de concessão, a GRU Airport tem até 31 de dezembro de 2016 para finalizar as obras que vão permitir a elevação do aeroporto à classificação “F”, informando ainda que, tal elevação permitirá a operação de aeronaves de maior porte.
O B747-8 Intercontinental
O novo Boeing 747-8I é fruto do desenvolvimento avançado do conhecido modelo 747-400, e se vale dos mais recentes aprimoramentos nas áreas de tecnologia, propulsão e aerodinâmica. Muitos desenvolvimentos, como o projeto e instrumentação da cabine de comando, foram inspirados no novo Boeing 787 ‘Dreamliner’.
O 747-8 é a aeronave comercial de maior comprimento no mundo. Sua fuselagem foi alongada em 5,6 m, comparada à do 747-400, totalizando 76,30 m . Com um peso máximo de decolagem de 448.000 kg, é o avião comercial mais pesado fabricado nos Estados Unidos.
Quando comparado ao 747-400, as maiores mudanças foram realizadas nas asas, alvo de um novo projeto específico, embora o enflechamento e estrutura básica fossem mantidos, o perfil foi alterado, envolvendo um recálculo da aerodinâmica. A distribuição da pressão e o momento fletor sofreram alterações benéficas para o desempenho em voo do 747-8I.
No lugar do “winglet”, o 747-8I, assim como já acontece com os modelos 777-200R, 300ER e o novo 787, incorpora um novo projeto aerodinâmico nas extremidades das asas, que faz a mesma função de atenuar o arrasto do ar causado pelos vórtices, proporcionando maior economia de combustível.
Outro destaque que busca a redução de peso, é a inclusão da tecnologia ‘fly-by-wire’ (por comando eletrônico) no controle dos ailerons e dos spoillers, que atuam na rolagem e redução de velocidade da aeronave.
O propulsor General Electric GEnx é o único utilizado no 747-8I, sendo uma de duas opções de motores do novo modelo 787 ‘Dreamliner’. A utilização de plástico reforçado por fibras de carbono, para uma redução no peso da aeronave, é relativamente limitado. Para a Boeing, as mudanças estruturais no 747-8I representam, ‘uma evolução, muito mais do que uma revolução’.
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Dependendo das características de operação, o 747-8I é atualmente considerado um concorrente direto do Airbus A380, sobre o qual, segundo o fabricante, leva a vantagem de ser cerca de 10% mais leve por assento, consumindo 11% menos combustível por passageiro. O que é traduzido por uma redução em 21% do custo por viagem e superior a 6% no custo por passageiro/km.
O Boeing 747-8I fez seu primeiro voo em 20 de março de 2011, e a Lufthansa, mais uma vez “lançadora” de uma aeronave comercial da Boeing, o colocou em operação a partir de 1 de junho de 2012.
Alguns dados técnicos gerais do Boeing 787-8I
Um dos destaques da suíte de avionicos da Rockwel Collins, que equipa este avião, é o Sistema de Detecção MultiScan Hazard WXR-2100, que é o primeiro radar que analisa e determina riscos climáticos reais, e não simplesmente de umidade atmosférica, reduzindo desta maneira a carga de trabalho dos tripulantes, pois minimiza encontros inesperados de turbulência, fornecendo a detecção do tempo a 320 NM.
Tripulação Técnica: 3
Capacidade (passageiros): Máximo – 605 em classe única ou até 467 dividos em 3 classes.
Comprimento: 76,30 m
Envergadura: 68,40 m
Área alar: 554m²
Altura: 19,40 m
Largura da cabine: 6,13 m
MTOW – Peso máximo de decolagem: 447.696 kg
Peso máximo de pouso: 312.100kg
Peso máximo com zero combustível: 295.300 kg
Capacidade máxima de combustível: 238.610 litros
Velocidade de cruzeiro (35.000 pés): Mach 0.86 (917 km/h)
Alcance: 7.790 NM – cerca de 14.430 km. (com peso máximo de decolagem, 467 passageiros e bagagem)
Capacidade de carga: 162 m3.
Velocidade máxima a 35.000 pés: M 0,86
Motores:
4 GEnx–2B67 (66.500 lb.de empuxo ao nível do mar)
Estágios do Fan/Compressor: 1F/3LPC/10HPC
Estágios de turbina de alta pressão/Estágios de turbina de baixa pressão: 2/6
Diâmetro máximo (em polegadas): 104.2
Comprimento (em polegadas): 169.7
Relação total de Pressão em potencia máxima: 44.7 – 52.4
Relação bypass: 8.0 – 7.4
NOTA DO EDITOR: Agradecemos a atenção dispensada ao DAN pela Sra. Marcela Matos (Egon), pela Sra. Lígia e o Sr. Renato (Ketchum) e pela Sra. Ana Paula Ferreira (Boeing).