Embora ainda não haja confirmação oficial, o governo argentino buscará concluir a compra de caças F-16 para a Força Aérea Argentina (FAA) durante o primeiro semestre deste ano. A mudança do Poder Executivo, e o alinhamento quase automático com os Estados Unidos e Israel, expresso pelo presidente Javier Milei, fazem com que as negociações avancem positivamente para encerrar uma saga que já dura quase 10 anos. No entanto, a difícil situação econômica e financeira que o país atravessa, coloca um manto de cautela contra um anúncio deste tipo nos próximos meses.
A mudança de gestão e assunção das novas autoridades no Edifício Libertador, chefiadas pelo novo Ministro da Defesa, Luis Petri, o governo argentino avança nas negociações com os Estados Unidos para a compra de 24 caças F-16 MLU da Real Força Aérea Dinamarquesa. Por sua vez, a nomeação da nova liderança militar das Forças Armadas proporciona continuidade nas negociações e procedimentos realizados pelas aeronaves de combate. Mais precisamente, na eleição do Brigadeiro General Xavier Isaac à frente da EMCOFFA, que liderou o processo de estudo e análise de propostas para o futuro caça supersônico da Força Aérea Argentina.
A este respeito, como já foi indicado em diversas ocasiões, os três principais candidatos foram o F-16 MLU da Dinamarca, o FC-1 Xilanlong (JF-17 Thunder Block III) e o HAL Tejas da Índia. Contudo, nos últimos meses, a proposta dos Estados Unidos tem ganhado força em detrimento da proposta da República Popular da China. Foi assim que foi dada pelo Departamento de Estado a autorização para transferência de seis caças F-16 Block 10 e 32 e F-16 Block 15 para a Argentina, com a aprovação do Congresso dos EUA. Uma decisão semelhante também foi tomada para as quatro aeronaves P-3C/N da Real Força Aérea Norueguesa, para as quais o acordo de compra foi assinado em 17 de outubro .
O relançamento do vínculo diplomático entre Buenos Aires e Washington fez com que os esforços já iniciados pela administração anterior avançassem de forma constante. Atentas a estas questões, fontes autorizadas do Ministério da Defesa confirmaram ao Zona Militar a excelente disponibilidade e compreensão do governo norte-americano para a realização da operação, inclusive com o aperfeiçoamento de certas questões, como o aumento dos prazos para os quais poderão ser prorrogadas as negociações durante o primeiro semestre do ano.
Mais precisamente, aquelas relacionadas com financiamento, taxas a pagar pela compra e, ainda, no que diz respeito à sustentação e manutenção do F-16, a instalação de um Centro de Manutenção Logística da frota Fighting Falcon da Aeronáutica, bem como outros possíveis operadores regionais que possam surgir no futuro. Incluindo opções de fabricação local para alguns componentes do caça. Além disso, embora as fontes tenham mantido grande cautela, foram oferecidos outros sistemas de armas requeridos pelas Forças Armadas Argentinas, sem fornecer maiores detalhes.
Por último, e apesar dos progressos alcançados, o Governo Nacional ainda está a avaliar os detalhes para fazer um anúncio que ponha fim à longa saga que começou há quase 10 anos com o desmantelamento do sistema de armas Mirage/Finger. Ainda mais tendo em conta a delicada situação econômica que atravessa a Argentina e o impacto local, regional e internacional que poderá ter a compra, a mais importante até agora no século XXI para as Forças Armadas Argentinas.
FONTE: Zona Militar
NOTA DO EDITOR: Resta saber, se no pacote estará incluso adquirir uma aeronave KC-135 dos estoques americanos, para realizar o reabastecimento aéreo (REVO) com os “novos” caças.