Apagão de mão de obra põe em risco projetos do DCTA

Portaria do DCTA

Estudo elaborado pelo DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) aponta que, se não houver reposição contínua de pessoal nos próximos sete anos, a instituição pode chegar a 2020 com apenas 890 servidores na área de ciência e tecnologia, o que comprometerá projetos importantes do setor espacial e de outras áreas e ensino.

O trabalho revela que, nos próximos sete anos, 44% dos servidores da carreira de ciência e tecnologia da instituição estarão em situação de pré-aposentadoria ou em condições de aposentar.

Atualmente, o DCTA possui 2.382 cargos distribuídos nos diversos institutos de pesquisa da instituição.
Em 1994, ficou estabelecido por decreto federal que a lotação autorizada de servidores para o DCTA é de 3.422 cargos. Então, o déficit atual é de 1.039 servidores em relação ao efetivo autorizado pelo governo.

Criação

Recentemente, foi autorizado pelo governo a criação de 880 novos cargos que, segundo a direção do DCTA, repõe o déficit de funcionários até 2015.

No entanto, ainda é preciso que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão autorize a abertura de novos concursos.
Em nota, a direção do DCTA informa que “trabalha junto ao Ministério do Planejamento para conseguir o provimento desses novos cargos que foram criados, de forma que não haja descontinuidade de atividades e projetos a partir das aposentadorias de pessoal.”

No momento, a instituição realiza seleção para preenchimento de 241 vagas na carreira de ciência e tecnologia e trabalha com a possibilidade de conseguir autorização para a contratação de mais 120.

O DCTA reconhece, porém, que não será tarefa fácil. Em 2010, no último concurso realizado, o governo não autorizou contratação.

Meta

Pelo estudo, a meta seria chegar a 2020 com 5.420 servidores na área de C&T.

As negociações para a ampliação do efetivo continuam, mas, para o período 2015-2020, será necessário aguardar uma decisão da nova gestão do governo.

O vice-diretor do DCTA, major-brigadeiro-do-ar Alvani Adão da Silva, disse em nota que “deficiências de pessoal sempre têm potencial de comprometer o andamento de projetos, não apenas aqueles ligados ao setor espacial, mas todas as atividades desenvolvidas pela instituição, como ensaios em voo, certificação e ensino, entre outras”.

Sindicato defende mais agilidade na reposição

O SindCT ( Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial) avalia que é preciso mais velocidade na reposição de pessoal no DCTA.
Segundo o presidente da entidade, Ivanil Barbos a, o estudo da instituição sobre o quadro de funcionários mostra que no ano passado já havia a necessidade de contratação de pelo menos 600 servidores. “A criação dos novos cargos autorizada este ano pelo governo não cobre o déficit.”

Ivanil afirmou que a evolução das contratações não se dá na mesma velocidade em que ocorrem as aposentadorias.
“Muitos setores do DCTA enfrentam falta de pessoal, como o IFI (Instituto de Fomento Industrial), que é responsável pelas certificações”, disse.

Esvaziamento

Segundo o dirigente, há setores nos institutos do DCTA que já possuem apenas um ou dois servidores.

O SindCT vai realizar ao longo deste ano campanha pela valorização da carreira de Ciência & Tecnologia.

Há cerca de dez dias, o Fórum Permanente de Ciência e Tecnologia, que reúne os sindicatos do segmento, se reuniu com a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal para tratar do tema.

Raio-X do DCTA

Instituição

O DCTA foi criado em 1946 e concentra institutos de pesquisa e ensino considerados estratégicos para o país

Conhecidos

Entre os institutos mais conhecidos estão o ITA, o IAE, IEAv e IFI, entre outros

Área de atuação

Aeronáutica e espaço, pesquisa aplicada, certificação, metrologia, ensino, ensaios em voo e grupamento de infraestrutura e apoio

Missão

Ampliar o conhecimento e desenvolver soluções científico-tecnológicas para fortalecer o poder aeroespacial, contribuir para a soberania nacional, e para o progresso da sociedade brasileira por meio de ensino, pesquisa, desenvolvimento, inovação e serviços especializados no campo aeroespacial

Espaço

Um dos principais programas é o desenvolvimento do VLS (Veículo Lançador de Satélite) e VLM (Veículo Lançador de Micro-satélites)

Centro

O DCTA também administra dois centros de lançamento. Em Alcântara (MA) e Barreira do Inferno, em Natal (RN)

Motor

Conquista importante do DCTA foi o projeto do motor à álcool, desenvolvido nos anos de 1970.

FONTE: O Vale

Sair da versão mobile