Nesta terça-feira (12/6), a Base Aérea dos Afonsos (BAAF), no Rio de Janeiro, foi cenário do encontro que uniu aeronaves históricas da Força Aérea Brasileira (FAB) e modelos modernos, que mostraram capacidades atuais que vão do reabastecimento em voo até um sistema de autodefesa criado para despistar mísseis guiados pelo calor. Essa união das tradições com a modernidade foi o destaque das comemorações do Dia da Aviação de Transporte e do aniversário do Correio Aéreo Nacional (CAN).
A data lembra o voo pioneiro realizado há 81 anos, quando um avião decolou dessa mesma pista de pousa na zona oeste do Rio de Janeiro para, cinco horas depois, entregar duas cartas em São Paulo. Para celebrar a saga do CAN, o mesmo avião Curtiss Fledegling, matrícula K-263, o pioneiro da saga do CAN, teve lugar de destaque ao lado da tropa formada por militares da aviação de transporte de ontem e de hoje. A solenidade, que contou com a presença do Comandante Interino e Chefe do Estado Maior da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Aprígio Eduardo de Moura Azevedo, também marcou a imposição da Medalha Mérito Operacional Nero Moura a militares que se destacaram como Comandantes de unidades da Aviação de Transporte.
Mais que levar passageiros e cargas, a FAB está hoje preparada para cumprir uma variedade muito maior de missões. É o que garante o Comandante da Aviação de Transporte da FAB, Brigadeiro César Estevam. “A aviação de transporte está sempre pronta para ser empregada na hora em que o Brasil precisar, na hora em que a sociedade precisar. E é isso o que a gente gosta de fazer”, diz. Os aviões de carga da FAB são responsáveis por missões que vão do apoio aos pelotões de fronteira na Amazônia até o combate à incêndios florestais, além de tarefas como busca, reabastecimento em voo, lançamento de paraquedistas, operações especiais e ajuda humanitária.
O Dia da Aviação de Transporte desse ano teve ainda a primeira participação de um C-95 Bandeirante em sua versão modernizada, ao lado da versão atualizada do C-130 e do C-105, avião que conta com sistemas de autodefesa como despistadores de mísseis e comunicações criptografadas. O Brigadeiro Estevam destaca ainda a participação da FAB em operações como a Mapple Flag, realizada no Canadá, quando as tripulações brasileiras operaram ao lado de Forças Aéreas de países da OTAN. “Esses exercícios que nós estamos participando, como a Mapple Flag, e outros que devemos participar, são exercícios que estão nos dando a capacidade para assumir esses equipamentos do presente e do futuro”, afirma.
Reunião da Aviação de Transporte
No dia 12 também foi encerrada a Reunião da Aviação de Transporte (RAT), encontro que contou com a participação de 150 militares de 14 esquadrões da FAB. Na programação, troca de experiências, revisão de conceitos doutrinários, padronização de procedimentos e troca de informações sobre novos procedimentos e tecnologias, como os óculos de visão noturna. Durante a RAT também foi promovido o “Simpósio de Informações de Voo”, realizado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), pelo Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III) e pelo Instituto de Psicologia da Aeronáutica (IPA).