Um dos trabalhadores permanecia internado em estado grave até ontem; empresa informou que vai investigar causas
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, os trabalhadores faziam a revitalização de um foguete SS-30 que estava vencido, exigindo a retirada do combustível sólido. O equipamento faz parte do lançador de foguetes Astros 2.
Durante a operação, o motor do equipamento entrou em ignição involuntária e pegou fogo, chegando a derrubar parte de uma parede.
O foguete é utilizado para artilharia de médio e longo alcance e atinge 30 quilômetros de alcance e velocidade de 2.400 km/h. É o menor dos três foguetes de artilharia disponíveis para o sistema Astros 2, um dos produtos de defesa fabricados pela Avibras, na região. Um dos mais conhecidos é o lançador Astros 2020.
Vítimas
Um dos trabalhadores sofreu queimaduras e intoxicação por fumaça, e segue internado em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Policlin, em São José dos Campos. A unidade não informou ontem a condição de saúde do paciente.
Os outros dois empregados também sofreram queimaduras, mas de menor gravidade, e foram atendidos no mesmo hospital e liberados na manhã de ontem.
Segurança
Segundo o sindicato, a área do acidente deveria contar com quatro operadores, mas tinha apenas dois e outros dois ajudantes no momento do ocorrido. O setor teria sido isolado para investigação. “Vamos cobrar uma investigação rigorosa do acidente e assistência às famílias”, disse o sindicalista Sérgio Henrique Machado, que trabalha na Avibras e denunciou problemas de segurança na empresa.
“A Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) já havia notificado a Avibras sobre a existência de pressão por produção na área”, completou o diretor do sindicato.
Outro lado
Em nota, a empresa confirmou o acidente e disse que investigará as causas da ignição involuntária do foguete, que provocou os ferimentos nos trabalhadores. A empresa negou que a área do acidente, usada para retrabalho de materiais, sofra com falta de segurança. “Trata-se de uma área controlada, de acesso restrito e onde trabalham poucas pessoas, que recebem treinamento adequado”, informou a Avibras Aeroespacial. “A área em questão não envolve material explosivo, mas que pode incendiar-se”, completou.
FONTE: O Vale