Informação é poder. A máxima vale para diversas ocasiões e se torna indiscutível quando o contexto é a guerra. No campo de batalha, tem vantagem quem consegue prever a movimentação do inimigo e, por isso, não é de se espantar que exércitos e agências de inteligência invistam tanto dinheiro em equipamentos de espionagem.
Um dos maiores aliados para essa estratégia é, sem dúvida, o avião. Sempre repletas de tecnologia de camuflagem e espionagem, essas aeronaves estão cada vez mais modernas e difíceis de serem interceptadas. Confira abaixo alguns exemplos que marcaram a História. Esbanjando tecnologia , velocidade e até designs mirabolantes, essas aeronaves são usadas para monitorar fronteiras e exércitos inimigos.
1. General Atomics MQ-1 Predator
Criado nos anos 90 pela General Atomics, o Predator é um avião de espionagem não tripulado e que foi usado, primeiramente, pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e Agência Central de Inteligência (CIA) naquela década. Originalmente para reconhecimento de terreno e carregando apenas câmeras e alguns sensores, essa aeronave foi modificada posteriormente e hoje conta até mesmo com mísseis AGM-114 e outras munições.
Desde 1995, o Predator já foi visto em combate sobre o Afeganistão, Paquistão, Bósnia, Sérvia, Iraque, Iêmen, Líbia e Somália. Com peso de 512 kg quase vazio, esse avião pode alcançar a velocidade de até 217 km/h.
2. Northrop Grumman MQ-4 Global Hawk
Usado tanto pela Marinha quanto pela Força Aérea dos Estados Unidos, além da Força Aérea Alemã, o MQ-4 Global Hawk é outra aeronave não tripulada empregada para espionar as bases inimigas. Dessa forma, esse avião é capaz de capturar imagens em alta resolução com a ajuda de um radar que pode penetrar até mesmo nuvens e tempestades de areia.
Como se não bastasse, o MQ-4 Global Hawk também conta com sistema de monitoramento eletro-óptico e por infravermelho, podendo observar cerca de 103,6 mil quilômetros quadrados por dia. Mede 14,4 metros de comprimento, 39,9 metros da ponta de uma asa à outra e pode pesar até 14,6 mil kg, atingindo uma velocidade de até 575 km/h.
3. F-117 Nighthawk
Mesmo sendo uma aeronave projetada para o ataque, toda lista de aviões espiões que se preze precisa conter o F-117 Nighthawk, tanto pelo seu formato peculiar quanto pelo fato de ter sido a primeira aeronave a fazer uso da tecnologia Stealth. O exterior da aeronave foi projetado para desviar ou absorver os sinais emitidos por radares, tornando-a invisível a esse tipo de equipamento.
Mesmo com todo esse aparato tecnológico, pelo menos uma unidade do F-117 foi abatida, provando que sua camuflagem não o deixava 100% imune aos olhos dos inimigos. O incidente aconteceu em 1999 na antiga Iugoslávia.
Aposentado pelas forças armadas americanas em abril de 2008, o F-117 Nighthawk possuía 20 metros de comprimento, 3,78 metros de altura e envergadura de 13,2 metros. Carregado com bombas, o avião pesava 23 toneladas e podia alcançar até 993 km/h.
4. Boeing Phantom Ray
O Boeing Phantom Ray é um avião espião que está sendo desenvolvido pela empresa com base no protótipo do X-45C, que havia sido criado, originalmente, para a Força Aérea e a Marinha dos Estados Unidos, além da própria DARPA.
O projeto permaneceu em segredo desde meados de 2007, quando começou a ser desenvolvido. Mesmo dentro da Boeing, o assunto estava restrito apenas aos envolvidos com o Phantom Ray. O projeto foi revelado apenas em 2010, ano em que a aeronave realizou alguns voos de teste, inclusive como apoio a missões de reconhecimento, monitoramento e até mesmo de ataque.
O Boeing Phantom Ray possui 11 metros de comprimento, 15 de envergadura e pesa cerca de 16,5 mil quilos, atingindo a velocidade de Mach 0,85. Por enquanto, a Boeing vê esse modelo não apenas como o protótipo de uma série de aviões espiões, como também um forte candidato a participar do programa de vigilância e ataque não tripulados da Marinha norte-americana.
5. Lockheed U-2
Apelidada de “Dragon Lady”, essa aeronave teve seu primeiro voo em 1955, tendo sido operada tanto pela Força Aérea Norte-Americana quanto pela Agência Central de Inteligência (CIA). Por isso, foi peça fundamental em diversas operações da Guerra Fria; inclusive, uma unidade do Lockheed U-2 foi abatida durante a Crise dos Mísseis de Cuba, em outubro de 1962.
Com 19,2 metros de comprimento, a “Dragon Lady” se destaca pelo tamanho de sua envergadura: 31,4 metros de distância entre a ponta de uma asa à outra. Além disso, a aeronave pode chegar a 805 km/h.
6. X-37: espião espacial?
O Boeing X-37 começou como um projeto da NASA, em 1999, que visava a construção de veículos espaciais não tripulados e reutilizáveis, que pudessem ir ao espaço e depois voltar à Terra, como um ônibus espacial comum. Porém, o programa de construção do X-37 foi transferido, posteriormente, para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, levantando diversas controvérsias.
Em 2010, Tom Burghardt, do site Space Daily, escreveu um artigo sugerindo que a aeronave poderia ser usada tanto como satélite para espionagem quanto como um bombardeiro espacial, capaz de atingir alvos terrestres mesmo estando em órbita ao redor do planeta. Na época, o Pentágono negou a acusação, mas em 2012 os rumores voltaram com força, dizendo inclusive que o X-37 poderia estar sendo usado para espionar a estação espacial Chinesa Tiangong-1. Mais uma vez, as autoridades negaram que isso estivesse sendo feito.
7. Beriev A-50, espionagem russa
Este avião teve o seu primeiro voo em 1978 e entrou em serviço em 1984, com uma frota constituída por 40 aeronaves em 1992. Criado pela então chamada União Soviética, esse sistema aéreo de alerta e controle está em serviço até hoje, integrando as forças aéreas da Índia e da Rússia.
Podendo abrigar até 15 tripulantes, o Beriev A-50 tem 49,9 metros de comprimento e 50,5 metros de envergadura. Carregado, o avião chegava a pesar 170 mil quilos e a atingir uma velocidade máxima de até 900 km/h.
8. Lockheed SR-71, o pássaro negro
Poucos aviões espiões têm um design tão legal quanto o SR-71. Não é à toa, por exemplo, que a aeronave foi escolhida até mesmo como inspiração para o avião dos X-Men. Há, inclusive, histórias desse grupo de mutantes em que os roteiristas se referem ao Pássaro Negro como SR-73 ou SR-77.
Essa aeronave de reconhecimento teve o seu primeiro voo em 1964 e serviu tanto a NASA quanto a Força Aérea Americana até 1998, quando foi então aposentada. O modelo chegou a bater o recorde de avião tripulado a viajar mais rápido e mais alto do mundo: 25,9 mil metros de altura, a 3,5 mil km/h, em 1976.
O SR-71 possuía 32,7 metros de comprimento, 16,9 metros de envergadura e podia atingir a velocidade Mach 3,3 (mais de 3,5 mil km/h), tendo lugar para dois pilotos.
FONTE : tecmundo.com.br